Empresa francesa nega fraude em caso da carne de cavalo

A atacadista francesa Spanghero negou nesta sexta-feira ter cometido qualquer fraude no caso do escândalo da carne de cavalo, erroneamente rotulada como carne bovina e escondida em refeições congeladas. O executivo-chefe da Spanghero, Barthelemy Aguerre, afirmou ter provas de que a empresa é inocente de qualquer delito.

O executivo disse à rádio RTL que a unidade da Spanhero no sul da França recebeu de fato um lote de carne de cavalo junto com carne bovina e que “não tocamos nele”. Ele não deu detalhes nem revelou se denunciou a entrega de carne de cavalo, dizendo apenas: “Vou provar minha inocência”.

O ministro francês de Direitos do Consumidor, Benoit Hamon, disse na quinta-feira que aparentemente as vendas fraudulentas de carne ocorreram durante vários meses, alcançando 13 países e 28 empresas. Hamon apontou a Spanghero como um dos culpados, mas afirmou que havia outros responsáveis.

A agência policial da União Europeia, Europol, está coordenando uma investigação de fraude em todo o continente, em meio à suspeita de uma conspiração criminosa internacional para substituir a carne bovina, mais cara, por carne de cavalo. A polícia do Reino Unido anunciou na quinta-feira a detenção de três homens por suspeita de fraude em duas processadoras de carne inspecionadas no início desta semana pela Agência de Padrões de Alimentos (FSA) do país.

Hamon afirmou que a Spanghero integrava uma cadeia que começou com dois matadouros romenos, que afirmaram ter rotulado claramente a carne vendida por eles como de cavalo. A carne teria então sido comprada por um comerciante registrado em Chipre e enviada a um armazém na Holanda. A Spanghero teria adquirido a carne desse comerciante e revendido para a processadora francesa de alimentos congelados Comigel. A carne processada foi comercializada sob a marca sueca Findus em produtos como lasanha, entre outros, que informavam conter carne bovina moída.

Hamon afirmou que a Spanghero estava ciente de que a carne foi erroneamente rotulada quando a vendeu para a Comigel. Por sua vez, Aguerre disse que, se havia um código aduaneiro indicando a presença de carne de cavalo, a Spanghero não sabia disso. As informações são da Associated Press.

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