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Emirados Árabes Unidos dizem que quatro navios foram alvo de “sabotagem” no país

Os Emirados Árabes Unidos disseram neste domingo que quatro navios comerciais em sua costa leste “foram submetidos a operações de sabotagem”, apenas algumas horas depois de veículos iranianos e libaneses terem divulgado informações falsas sobre explosões em um porto próximo dos Emirados Árabes Unidos.

Autoridades dos Emirados recusaram-se a explicar a natureza da sabotagem ou dizer quem poderia ser o responsável. No entanto, o incidente relatado ocorreu após os EUA terem alertado navios de que “o Irã ou seus representantes” poderiam estar atacando o tráfego marítimo na região. Os EUA enviarão um porta-aviões e bombardeiros B-52 para o Golfo Pérsico para combater supostas ameaças de Teerã.

As tensões aumentaram neste ano desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais, restaurando as sanções norte-americanas que levaram a economia do Irã à crise. Na semana passada, o Irã alertou que começaria a enriquecer urânio em níveis mais altos em 60 dias se as potências mundiais não conseguissem negociar novos termos para o acordo.

A declaração do Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos informou que os navios estavam perto das águas territoriais do país no Golfo de Omã, a leste do porto de Fujairah. O órgão informou que está investigando o incidente “em cooperação com órgãos locais e internacionais”. Segundo o ministério, “não há feridos ou mortos a bordo dos navios” e “nenhum derramamento de substâncias químicas nocivas ou combustível”.

A 5ª Frota da Marinha dos EUA, que supervisiona a região, não comentou o incidente. Autoridades dos Emirados recusaram-se a dar mais esclarecimentos enquanto a investigação está em andamento.

Mais cedo, o canal pró-Irã do Líbano, Al-Mayadeen, citando “fontes do Golfo”, informou que uma série de explosões atingiu o porto de Fujairah. Veículos estatas e semi-oficiais no Irã reproduziram a notícia da Al-Mayadeen, que mais tarde publicou os nomes dos navios que estariam envolvidos no incidente. A Associated Press, depois de falar com autoridades dos Emirados e testemunhas locais, considerou que a reportagem sobre as explosões no porto não tem fundamento.

O porto de Fujairah está localizado a cerca de 140 quilômetros do Estreito de Ormuz, através do qual petróleo é comercializado. A instalação lida com petróleo para abastecimento e transporte, bem como carga geral e a granel. Ele é visto como estrategicamente localizado, servindo rotas marítimas no Golfo Pérsico, no subcontinente indiano e na África.

O incidente de sabotagem relatado ocorreu depois que a Administração Marítima dos EUA avisou na quinta-feira que o Irã poderia atacar o tráfego marítimo comercial. “Desde o início de maio, há uma possibilidade crescente de que o Irã e/ou seus representantes regionais possam tomar medidas contra os interesses dos EUA e dos parceiros, incluindo a infraestrutura de produção de petróleo, depois de recentemente ameaçar fechar o Estreito de Ormuz”, diz o alerta.

“O Irã ou seus representantes poderiam responder atacando embarcações comerciais, incluindo petroleiros, ou navios militares dos EUA no Mar Vermelho, no Estreito de Bab-el-Mandeb ou no Golfo Pérsico”. Não está claro se essa é a mesma ameaça percebida que levou a Casa Branca a enviar o porta-aviões USS Abraham Lincoln e bombardeiros B-52 para a região em 4 de maio. Fonte: Associated Press.

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