Os senadores Carlos Vizzini e Filippo Berselli apresentaram nesta segunda-feira duas emendas à Lei de Segurança da Itália que, caso aprovadas, permitirão suspender um processo judicial em curso contra o atual chefe de governo, Silvio Berlusconi.
Um dos projetos de alteração prevê a suspensão por um ano de todos os processos por crimes cometidos até 30 de junho de 2002 que se encontrem em fases preliminares, com exceção de causas trabalhistas e casos que contemplem penas maiores do que 10 anos de prisão, como crimes ligados à máfia e terrorismo
A outra medida apresentada hoje indica quais são os procedimentos de urgência, que devem ter prioridade frente aos demais por serem considerados "graves".
Berlusconi, no processo ainda em curso em Milão, é acusado de ter comprado por 530 mil euros uma testemunha para que não prestasse depoimento contra ele.
A testemunha é o advogado britânico David Mills, ex-marido da ministra de Cultura da Itália, Tessa Jowell, que foi interrogado em dois processos contra o magnata: um por corrupção, em 1997, no qual Berlusconi foi considerado inocente; e outro em 1998, no caso "All Iberian", no qual o atual premier foi absolvido em segunda instância.
Segundo o Ministério Público de Milão, Mills foi o cérebro que organizou a contabilidade secreta em paraísos fiscais do grupo Fininvest, uma das organizações de Berlusconi.
O britânico nunca conseguiu dar uma explicação válida para os 530 mil euros encontrados com ele e que, segundo ao acusação, provêm de Berlusconi.