Pelo menos 14 pessoas morreram quando múltiplos dispositivos explosivos atingiram um caminhão da polícia que transportava prisioneiros em uma região tensa do noroeste da Síria neste sábado, disse a agência de notícias estatal Sana e um grupo de oposição.
A agência culpou “terroristas” pelo ataque e disse que ele ocorreu na rodovia Idlib-Ariha, uma área próxima da fronteira do país com a Turquia que registrou intensos combates com desertores do exército recentemente.
Quatro bombas que foram detonadas em “duas fases” atingiram o caminhão. Após a explosão, os atacantes tentaram atingir um ambulância que chegava para ajudar os feridos, reportou a agência. Seis policiais que acompanhavam os prisioneiros também ficaram feridos no ataque e parte deles está em estado crítico, acrescentou a Sana.
O grupo ativista de oposição Observatório Sírio para os Direitos Humanos confirmou o ataque neste sábado e citou que 15 pessoas morreram. O diretor do grupo, Rami Abdul-Rahman, afirmou que o caminhão foi atingido por inúmeras bombas, mas não estava claro quem teria feito o ataque. Ninguém assumiu a autoria do atentado ainda, mas membros do Exército Livre Sírio são conhecidos por serem ativos na região.
O levante popular contra o presidente Bashar al-Assad, que já dura dez meses, começou pacífico, mas tem se tornado cada vez mais militarizado e caótico, com opositores do regime e desertores do Exército se armando e lutando contra as forças do governo. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que quase 5,4 mil já morreram nos conflitos.
Abdul-Rahman e outros ativistas da província de Idlib, no norte do país, também informaram sobre a ocorrência de pesados conflitos entre tropas sírias e desertores na região de Jabal al-Zawiya, perto da fronteira com a Turquia, e na cidade de Maaret al-Numan, no norte do país. Segundo ele, nove soldados e um desertor foram mortos em Maaret al-Numan. Dezenas teriam ficado feridos em Jabal al-Zawiya, alguns com gravidade.
Já o grupo ativista Comitês de Coordenação Local disse que outras cinco pessoas foram mortas hoje na Síria, incluindo três na cidade de Homs, uma na cidade de Deir el-Zour e outra em Douma, um subúrbio da capital Damasco. Neste último local, as forças do governo teriam atirado contra os participantes de um funeral, deixando pelo menos 25 feridos.
A onda de violência ocorre antes da divulgação de um relatório dos observadores da Liga Árabe, que será submetido aos ministros de Relações Exteriores do bloco, em um encontro amanhã no Egito. Eles devem discutir o futuro da missão, que oficialmente terminou na quinta-feira. Segundo autoridades da Liga Árabe, o grupo deve prorrogar a missão e aumentar o número de observadores, apesar das críticas dos opositores sírios, que afirmam que a missão não conseguiu evitar o banho de sangue no país. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.