Dois consensos, em meio a um mar de divergências que caracteriza a União Europeia (UE), é o que buscarão hoje, em Bruxelas, chefes de Estado e de governo dos 27 países do bloco. Em cúpula extraordinária do Conselho Europeu, eles votarão para escolher os nomes de um presidente e de um alto representante para as Relações Exteriores. Se há dois meses o nome do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair era o favorito absoluto, agora oito candidatos disputam o cargo, em votação que se anuncia imprevisível.

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As duas funções serão criadas pelo Tratado de Lisboa, a “versão light” da Constituição europeia, cuja entrada em vigor está marcada para 1.° de dezembro. A partir de então, a UE se parecerá um pouco mais com uma federação de Estados, e as faces visíveis do bloco serão o presidente, ao qual caberá o papel de administrador de consensos entre os 27 líderes nacionais e de orientação política, e o chanceler, super-representante de política externa da UE, cujos mandatos terão dois anos e meio, renováveis por igual período.

Nos últimos 30 dias, os nomes cogitados para os dois cargos se proliferaram. Segundo as últimas consultas diplomáticas, Herman Van Rompuy, da Bélgica, desponta como favorito, mas Blair, com o pesado apoio da Grã-Bretanha e a simpatia da França, ainda mantém suas chances. Entre os candidatos a chanceler, ganham destaque David Milliband, atual chanceler britânico, Massimo D’Alema, ex-primeiro-ministro da Itália, Olli Rehn, finlandês e ex-comissário de Expansão da UE, e Carl Bildt, ex-premiê da Suécia.

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