Há duas versões de Avigdor Lieberman, de 50 anos, nascido na União Soviética, líder do Partido Israel Beiteinu (Israel Nosso Lar): o jovem candidato e o Lieberman de meia-idade. As duas imagens do ex-leão-de-chácara de boates, originário da Moldávia, que ameaça deixar o Partido Trabalhista de Israel num humilhante quarto lugar nas eleições de terça-feira, parecem quase idênticas, de início.
Saído da grande comunidade de língua russa do país para liderar o partido nacionalista, com uma mensagem forte e simples – “sem lealdade não há cidadania” -, galvanizou um eleitorado que buscava um novo homem forte para substituir os combatentes de idade mais avançada, como Ehud Barak, líder do Partido Trabalhista, e Binyamin “Bibi” Netanyahu, líder do Likud.
E, em um país que parece pender cada vez mais para a direita, o fenômeno representado pelo partido de Lieberman começou a colher votos fora de seu reduto de imigrantes russos. São pessoas atraídas pelo discurso duro de Lieberman sobre a transferência de vilarejos árabes-israelenses, como Umm al-Fahm, para fora de Israel.
Ele exige pena de morte para parlamentares árabes-israelenses que se encontram com líderes do Hamas e pede o bombardeio dos postos de gasolina palestinos. Referindo-se ao presidente Hosni Mubarak, do Egito – parceiro fundamental de Israel em todo acordo sobre Gaza -, Lieberman disse que ele poderia “ir para o inferno”.