Em discurso na ONU, Dilma rebate críticas de protecionismo

A presidente Dilma Rousseff procurou rebater as críticas de que os países em desenvolvimento estejam praticando protecionismo comercial, em seu discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, hoje, em Nova York.

“Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam consideradas [como] protecionismo”, disse a presidente.

A fala é uma referência a iniciativas a exemplo do Brasil, que elevou recentemente as alíquotas de importação de uma centena de produtos ainda no início deste mês.

Dilma defendeu essa prática de “defesa comercial” como uma resposta das economias emergentes ao chamado “tsunami monetário”, a emissão de dinheiro pelos países ricos para combater a crise econômica.

Em paralelo, os países ricos, principalmente na Europa, têm insistido em executar medidas de austeridade fiscal de modo a reduzir seus deficits públicos, o que também mereceu críticas da presidente brasileira.

“A opção por políticas fiscais ortodoxas vem agravando as economias desenvolvidas, com reflexos nas economias emergentes, inclusive o Brasil”, afirmou.

“A política monetária não pode ser a única resposta para resolver o crescente desemprego, o aumento da pobreza e o desalento que afeta no mundo inteiro as camadas mais vulneráveis”, acrescentou.

Crise mundial

Desde o início da crise econômica mundial, o Brasil tem sido crítico a respeito do chamado “tsunami monetário” criado pelos países ricos. Para combater a recessão de suas respectivas economias, os países mais desenvolvidos emitiram grande quantidade de moeda para estimular a concessão de crédito e o nível de atividade.

Um dos efeitos colaterais desse “tsunami monetário” foi a valorização das moedas de economias emergentes, como o Brasil, já que parte desses recursos foi desviada para ativos financeiros desses países.

O fortalecimento da moeda brasileira tornar as exportações mais caras, o que gera dificuldades para a balança comercial do país.

No caso dos países ricos, o efeito é inverso, o que levou o ministro Guido Mantega (Fazenda) a divulgar um termo que ganhou repercussão mundial: “guerra cambial”.

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