O último ato do teatro iniciado por Vladimir Putin e Dmitri Medvedev em 2007 será concluído hoje. O ex-presidente e atual primeiro-ministro deve vencer as eleições presidenciais e voltar para o seu terceiro mandato no Kremlin. A vitória de Putin é dada como certa até mesmo por seus rivais.
Analistas apostam que o premiê não correrá o risco de disputar um segundo turno – algo que poderia prejudicar ainda mais a sua imagem, já danificada por três meses de protestos nas ruas. Para ser consagrado na primeira etapa, Putin precisa receber mais de 50% dos votos.
Cerca de 6 mil policiais foram realocados de todo o país para fazer a segurança da capital. Nas ruas de Moscou, há propagandas de Putin por todo lado. Permanecem expostos pouquíssimos anúncios do candidato do Partido Comunista, Gennadi Zyuganov, o segundo colocado, com entre 15% e 20% nas pesquisas. O nacionalista Vladimir Jirinovski, o milionário independente Mikhail Prokhorov e o social-democrata Sergei Mironov não têm nem 10% das intenções de voto.
Os cidadãos comuns desconversam quando o assunto é a eleição ou o futuro presidente. O voto não é obrigatório e os dois lados da disputa incentivam o comparecimento hoje: enquanto a mídia e os serviços públicos pedem a presença do eleitorado, os críticos do governo ressaltam que é uma chance de mostrar o descontentamento com o atual sistema, mesmo que a eleição seja fraudada. A prefeitura tenta conter manifestações, mas autorizou um pequeno protesto de 10 mil pessoas amanhã, independentemente do resultado da votação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.