Os uruguaios descartaram mudanças radicais, ao eleger os candidatos à presidência que competirão em outubro, na eleição primária da qual participou 40% do eleitorado neste domingo.

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Na coalizão esquerdista Frente Ampla, o ganhador foi o moderado ex-prefeito de Montevidéu Daniel Martínez, do Partido Socialista. Representante das correntes mais moderadas e de centro-esquerda, Martínez conseguiu 42% dos votos em seu partido e derrotou Carolina Cosse, a candidata apadrinhada pelo ex-presidente José Mujica, e o comunista Oscar Andrade, carismático dirigente sindical que também participa de programas de televisão.

No Partido Nacional, o maior da oposição, o senador Luis Lacalle Pou obteve uma vitória arrasadora frente ao milionário Juan Sartori, um desconhecido no mundo da política que investiu muito em publicidade, com grandes promessas e a contratação de especialistas internacionais na campanha. Lacalle levou 53% dos votos de seu partido, frente a apenas 20% de Sartori.

Lacalle, de 45 anos e conservador, foi o candidato presidencial do partido nas eleições nacionais de 2014, quando perdeu no segundo turno para o atual presidente, Tabaré Vázquez. É membro de uma família de políticos e filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle, que governou entre 1990 e 1995.

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No Partido Colorado, o terceiro em importância em termos eleitorais, o economista Ernesto Talvi, de 62 anos, venceu com 53% dos votos, enquanto Julio María Sanguinetti, que já foi presidente duas vezes, levou 33% e pela primeira vez em seus 83 anos de vida perdeu uma eleição. Sanguinetti foi presidente entre 1985 e 1990 e entre 1995 e 2000. Talvi é novo na política partidária, mas como acadêmico há décadas participa do debate político.

No total de votos, o opositor Partido Nacional obteve 41% dos votos, frente aos 24% do governista Frente Ampla e aos 17% do Partido Colorado. Essas porcentagens, porém, são pouco relevantes em termos de quem pode ganhar a eleição presidencial e legislativa de outubro, já que no domingo apenas 40% do eleitorado participou. Em outubro, o voto é obrigatório.

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Há 2,7 milhões de eleitores habilitados no Uruguai. Nas últimas três eleições presidenciais, houve segundo turno entre a Frente Ampla e o Partido Nacional, com vitória da coalizão de centro-esquerda nos três casos. Agora, porém, casos de corrupção que levaram à renúncia do vice-presidente Raúl Sendic, uma economia mais fraca e o recorde histórico de homicídios e crimes violentos fazem com que muitos analistas prevejam uma disputa acirrada. Fonte: Associated Press.