Com a confirmação nesta quinta-feira, 16, de que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disputará as primárias do Partido Democrata para tentar obter a indicação na disputa pela Casa Branca em 2020, agora já são 23 os políticos que oficializaram suas pré-candidaturas à presidência americana.

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Além de nomes experientes, como o ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders, ambos com mais de 70 anos, novos nomes e estrelas em ascensão no partido, como a senadora Kamala Harris, Pete Buttigieg, prefeito de uma cidade no interior de Indiana, e Beto O’Rourke, ex-congressita pelo Texas, já anunciaram planos de enfrentar Donald Trump na disputa nacional para liderar os EUA.

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Conheça abaixo os 23 pré-candidatos democratas que já oficializaram sua candidatura, organizados de acordo com média das intenções de voto elaborada pelo site RealClearPolitics:

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Joe Biden

Vice-presidente nos dois governos de Barack Obama (2009-2017), o nome de Joe Biden já era esperado na corrida presidencial de 2020, após ele ter decidido ficar de fora da disputa em 2016 em razão da morte de um filho. Atualmente, Biden tem o maior porcentual de intenção de votos entre os democratas, com 39%.

Senador por Delware de 1973 até 2009, quando renunciou para assumir a vice-presidência, Biden levanta bandeiras progressistas, como os direitos LGBTs, mas recentemente foi acusado de contato físico inapropriado por três mulheres. Aqui no Brasil, ele foi o pivô da carta que Michel Temer enviou a Dilma Rousseff, quando ainda era vice-presidente.

Bernie Sanders

Derrotado por Hillary Clinton nas primárias democratas de 2016, Bernie Sanders anunciou em fevereiro deste ano que pretende concorrer novamente a vaga de presidente dos EUA pelo partido em 2020.

Autodeclarado socialista, as principais causas defendidas por ele são valorização do salário mínimo, a distribuição de renda e riquezas e o acesso universal à saúde. Com 16% das intenções de voto até o momento, já enfrenta o primeiro obstáculo de sua campanha: sua mulher, Jane O’Meara Sanders, é investigada por suspeita de fraude.

Elizabeth Warren

Senadora por Massachusetts desde 2013, Elizabeth Warren é advogada e foi professora de direito em Harvard, onde ajudou a criar um escritório de proteção financeira aos consumidores e escreveu livros sobre a renda da classe média. Ao lançar sua pré-campanha – que tem como base o combate às desigualdade, um tema ao qual ela se dedica desde antes de entrar para a política -, afirmou que “milhões de famílias mal conseguem respirar” nos EUA em razão do estrangulamento da classe média.

Entre suas principais proposta está a criação de um imposto de 2,5% para pessoas com fortuna superior a US$ 50 milhões e de 3% para quem tiver acumulado mais de US$ 1 bilhão – com objetivo de arrecadar até US$ 2,75 trilhões em uma década. Na campanha presidencial de 2016 ela apoiou Hillary Clinton e entrou em atrito com Trump, que referiu-se a ela como “Pocahontas” após Warren reivindicar ascendência indígena. Tem atualmente cerca de 8% das intenções de voto.

Kamala Harris

Eleita senadora pela Califórnia em 2016, Kamala Harris foi procuradora-geral do Estado por cinco anos, onde também ocupou outros cargos no Judiciário. Assim que assumiu sua cadeira no Legislativo, chamou atenção pelos constantes embates contra o governo Trump, em especial no episódio da confirmação do juiz Brett Kavanaugh para a Suprema Corte.

No Senado, ela defendeu a ampliação de programas de saúde para a toda a população, apresentou um projeto de lei para reduzir os impostos da classe média e tem apoiado uma agenda liberal em favor dos direitos civis. Kamala também após medidas a favor de imigrantes e de comunidades marginalizadas. Lançou sua candidatura em 21 de janeiro, dia de Marthin Luther King, e tem cerca de 7% das intenções de voto.

Pete Buttigieg

Prefeito de South Bend, cidade no interior do Estado de Indiana, Pete Buttigieg é um dos democratas mais peculiares da corrida eleitoral de 2020. Além de figurar entre os mais jovens, com apenas 37 anos, ele é um veterano da guerra do Afeganistão e o primeiro candidato abertamente homossexual a pleitear o mais alto cargo da administração americana – é favorito de 6,8% dos eleitores.

Em discurso durante o lançamento oficial de sua candidatura, Buttigieg reconheceu os desafios a serem enfrentados: “As forças de mudança em nosso país hoje são tectônicas. Forças que ajudam a explicar o que tornou a presidência atual possível. É por isso que, desta vez, não se trata apenas de ganhar uma eleição, e sim de ganhar uma era”.

Beto O’Rourke

Ex-deputado pelo Texas, Estado tradicionalmente republicano – e onde quase derrotou Ted Cruz para a vaga de senador na eleição de meio de mandato, em novembro -, Beto O’Rourke aparece com pouco mais de 4% das intenções de voto. No ano passado, quando quebrou recordes de arrecadação para sua campanha ao Senado, Beto foi comparado ao ex-presidente Obama por seu estilo de discurso e pela empatia despertada nos eleitores.

O’Rourke é jovem e carismático, uma commodity valiosa em um partido que busca se renovar, e como contou o colunista do Estado, Helio Gurovitz, tocou baixo numa banda punk na juventude e é fluente em espanhol. Ao oficializar sua pré-candidatura, em março, ele afirmou que para viver “à altura da promessa dos Estados Unidos é (preciso) dar tudo de si e fazer isto por todos”.

Cory Booker

Ex-prefeito de Newark, em New Jersey, e atualmente senador pelo mesmo Estado, Cory Booker, de 50 anos, lançou sua campanha no começo de fevereiro tentando apelar um “propósito em comum” dos EUA e com foco na igualdade social e racial – ele almeja ser o segundo presidente negro dos EUA, depois de Obama. Aparece com pouco mais de 2% das intenções de voto.

Formando em direito, ganhou espaço no cenário político graças a forma como interagia nas redes sociais quando a maioria dos políticos ainda evitavam se expor na internet. Entre os principais pontos de sua plataforma política está a defesa dos animais – ele é vegano. Booker é criticado, no entanto, por ser muito próximo da elite do Estado e por sua relação muito amigável com parte da imprensa.

Amy Klobuchar

Senadora pelo Estado de Minnessota, Amy Klobuchar foi eleita com 60% dos votos e ganhou mais atenção da mídia depois de participar do avaliação de Brett Kavanaugh, indicado por Donald Trump à Suprema Corte americana – e que foi acusado de assédio sexual. Sua participação no episódio rendeu-lhe elogios de democratas e republicanos, além de ser coroada pela mídia americana como “a antítese completa de Trump”.

“Estamos cansados. Nossa nação não deve estar governada não pelo caos, mas pela oportunidade”, afirmou a senadora, durante o discurso que lançou oficialmente sua campanha para as eleições de 2020. Atualmente, Amy tem pouco mais de 1% da preferência do eleitor americano.

Julían Castro

Ex-prefeito de San Antonio, no Texas, e secretário de Habitação e Urbanismo no governo Obama de 2014 a 2017, Julián Castro, de 44 anos, é um dos mais jovens na disputa do partido e também foi um dos primeiros a oficializar sua pré-candidatura. De origem mexicana, anunciou sua pré-campanha tanto em inglês quanto em espanhol.

Recentemente, divulgou um plano para a crise migratória no país que contempla a criação de uma forma de imigrantes sem documentos obterem a cidadania americana ao tratar a entrada nos EUA como uma violação civil e não como uma violação criminal. Nas eleições presidenciais de 2016, foi um dos nomes cogitados como possível companheiro de chapa de Hillary Clinton, mas acabou preterido pelo senador Tim Kaine, oficializado como candidato democrata a vice-presidente.

Kirsten Gillibrand

Ex-advogada de grandes empresas, Kirsten Gillibrand, de 52 anos, ficou conhecida como a “senadora do Mee Too” depois de denunciar comportamentos sexistas de Trump e liderar a iniciativa pela renúncia do senador democrata Al Franken, envolvido em denúncias de abuso.

Em 2009, depois de dos mandatos na Câmara representando Nova York, ela assumiu a vaga no Senado que era de Hillary Cliton – que, na época, fora nomeada secretária de Estado. Entre as medidas defendidas por ela estão a valorização das escolas públicas, a defesa do treinamento profissional e de mais apoio à classe média. Kirsten se declara a favor da legalização do aborto e da comunidade LGBT.

Tulsi Gabbard

Primeira congressista dos EUA de religião hindu, a deputada havaiana Tulsi Gabbard, de 37 anos, causou controvérsias no país ao se encontrar com o ditador da Síria, Bashar Assad, e se posicionar ao lado da Rússia – e contra os EUA – quando Obama decidiu intervir na guerra síria. Antes de ser política, foi enviada ao Iraque como membro da Guarda Nacional dos EUA e, desde então, defende uma política externa não intervencionista, apesar de ser a favor do combate ao “islã radical”.

Ao lançar sua pré-candidatura, disse que seu objetivo é “lutar pela alma” dos Estados Unidos. Tulsi também afirma que o ponto central de sua pré-campanha é a questão das “guerras e da paz”. Em 2016, apoiou Bernie Sanders nas primárias democratas.

Andrew Yang

Candidato que promete agradar os empreendedores, Andrew Yang, de 44 anos, é um empresário de Nova York que tem defendido uma redistribuição de renda nos EUA, chamada por ele de ‘Dividendo da Liberdade’. A tese gira em torno da teoria de que os robôs e a automação de serviços irão gerar uma grande taxa de desemprego no mundo e, por isso, os americanos precisam se precaver.

Com o ‘Dividendo da Liberdade’, Yang quer manter uma renda básica universal de U$ 1 mil para todos os americanos, através de cheques doados pelo próprio governo como assistência social. A medida é similar a outra apresentada por Martin Luther King Jr. e já despertou o interesse de grandes nomes do Vale do Silício, como Mark Zuckerberg, Elon Musk e Marc Andreessen.

Jay Inslee

Governador de Washington em seu segundo mandato, Jay Inslee, de 68 anos, entrou na disputada democrata em março trazendo a defesa do meio ambiente e de políticas para enfrentar as mudanças climáticas, linha de atuação que ele já aplica em seu Estado, como sua principal bandeiras.

“(Combater as mudanças climáticas) tem que ser a prioridade número um dos Estados Unidos”, afirmou Inslee à revista Rolling Stone ao lançar sua pré-campanha. Sue plano nessa área prevê, entre outras coisas, que até 2030 os EUA usem apenas energia gerada de fontes que não emitem gases do efeito estufa.

Tim Ryan

Congressista pelo Estado de Ohio, Tim Ryan anunciou sua pré-candidatura à presidência em abril. Com a esperança de atrair o voto da classe trabalhadora, Ryan quer “unir o país dividido”, como anunciou em seu discurso: “Um país dividido é um país frágil, e hoje contamos com políticos e líderes nos EUA que querem nos dividir”.

Ryan defende uma revitalização da indústria americana, da educação pública e mais apoio aos veteranos que retornam da guerra. Ele diz ser o mais capacitado para recuperar o votos dos eleitores brancos e de classe média que migraram para Trump em 2016. “Os Estados-pêndulo são meu ponto forte”, afirmou.

John Delaney

Ex-deputado por Maryland, John Delaney, de 56 anos, foi o primeiro democrata a anunciar que disputaria a indicação do partido, em julho de 2017. Desde então, ele visitou todos os condados de Iowa, por onde começam as primárias, para tentar emplacar seu nome na corrida presidencial.

Pouco conhecido pelo público em geral, Delaney foi deputado por quatro mandatos e se apresenta como um candidato centrista focado em resolver problemas. Sua principal proposta econômica é criar uma coalizão internacional pública e privada contra o roubo de propriedade intelectual da China.

John Hickenlooper

Geólogo, empresário e ex-governador da Colorado, John Hickenlooper, de 67 anos, se apresenta como um candidato centrista capaz de atrair tanto eleitores democratas quanto parte dos republicanos insatisfeitos com o que chama de “um governo de crises”, ao se referir ao presidente Donald Trump.

No vídeo em que se lançou pré-candidato, Hickenlooper destacou sua experiência de administrar o rápido crescimento do Colorado – atualmente o Estado que mais cresce nos EUA -, incluindo o modernização de sua economia, que resultou na criação de mais de 400 mil vagas de emprego, e a aprovação de leis mais rígidas no controle de armas.

Marianne Williamson

Autora de 12 livros best-sellers sobre espiritualidade e autoajuda, Marianne Williamson, de 66 anos, nunca exerceu cargos públicos – ela disputou uma vaga para a Câmara, em 2014, pela Califórnia, mas não foi eleita. É conselheira espiritual de nomes como Oprah Winfrey, Katy Perry e Kim Kardashian.

Defende políticas para a pessoas infectadas com HIV, para a redução da pobreza e o empoderamento feminino. Sua proposta econômica mais famosa é pagar US$ 100 bilhões em reparação para afro-americanos ao longo de uma década pelos danos causados pela escravidão.

Steve Bullock

Governador de Montana, reeleito em 2016 em um Estado em que Trump foi o vencedor na disputa nacional com mais de 20 pontos de vantagem sobre Hillary, Steve Bullock, de 53 anos, aposta na sua capacidade de achar pontos em comum com eleitores conservadores ao mesmo tempo em que implementa políticas progressivas para ganhar a confiança do partido na disputa pela Casa Branca.

Bullock defende uma ampla reforma política, especialmente em relação ao financiamento das campanhas, para que os candidatos não fiquem comprometidos com as empresas das quais receberam doações. Também é a favor de que empresas sejam obrigadas a tornar público todas suas doações políticas para poderem disputar obras públicas.

Bill de Blasio

Bill de Blasio, prefeito de Nova York, se lançou na disputa pela indicação democrata com a promessa de “colocar os trabalhadores em primeiro lugar”. Casado com uma mulher negra e pai de dois filhos, é popular entre a comunidade negra. Mas, segundo as pesquisas, os hispânicos estão divididos a seu respeito, enquanto os brancos são majoritariamente críticos a ele.

De Blasio, de 58 anos, é um dos aspirantes presidenciais com posturas mais à esquerda, como as do também pré-candidato Bernie Sanders. Em Nova York, introduziu a escola maternal gratuita para todos, elevou o salário mínimo a US$ 15 por hora e anunciou uma cobertura universal da saúde. Recentemente, também endossou um pacote de leis municipais diante da mudança climática.

Wayne Messam

Prefeito de Miramar, no sul da Flórida, Wayne Messam, de 44 anos, anunciou que concorreria à indicação democrata com uma plataforma focada em conter a violência armada, combater as mudanças climáticas e “restaurar a promessa da América”. “Não acredito que as melhores ideias vêm de Washington”, disse Messam em seu site de campanha.

Filho de imigrantes jamaicanos e ex-jogador de liga universitária de futebol americano, a NCAA – na qual foi campeão em 1993 com o Florida State Seminoles -, tornou-se o primeiro prefeito afro-americano de Miramar, cidade de 150 mil habitantes, ao vencer a eleição municipal em 2015.

Seth Moulton

Deputado por Massachusetts, o ex-marine Seth Moulton, de 40 anos, lançou sua pré-campanha com a promessa de retomar de ser um democrata patriota, de cortar programas de armas que os EUA não precisam, impedir ciberataques da Rússia e restaurar a autoridade moral dos EUA.

Um dos menos conhecidos na lista de aspirantes do partido, ele destaque em novembro como um dos líderes dos rebeldes democratas que tentaram impedir que Nancy Pelosi retomasse a presidência da Câmara. Ele prometeu lutar contra a mudança climática e fortalecer a economia.

Eric Swalwell

Deputado pela Califórnia em seu terceiro mandato, Eric Swalwell, de 38 anos, entrou na disputa do partido com uma plataforma em defesa do controle de armas nos EUA, uma questão que tem amplo apelo com os eleitores mais jovens, mas ainda não está clara quais serão suas propostas em outras áreas.

Como membros da Comissão de Inteligência da Câmara, Swalwell é dos mais proeminente críticos de Trump no Congresso.

Michael Bennet

O senador americano Michael Bennet, de 54 anos, democrata do Colorado, anunciou sua pré-candidatura à Casa Branca poucas semanas depois de se recuperar de uma cirurgia por um câncer de próstata. Seus discursos no Senado atraíram atenção nacional, especialmente um amplamente visto, no qual ridicularizava as “lágrimas de crocodilo” do senador republicano Ted Cruz no fechamento parcial do governo, em janeiro deste ano.

Bennet destaca sua reputação de bipartidarista em um Estado com uma grande presença de eleitores independentes. Defende a ampliação do Medicare, o sistema de seguros de saúde gerido pelo governo.