O supervisor das Organização das Nações Unidas (ONU) para energia atômica, Mohamed ElBaradei, chegou hoje a Teerã para analisar as condições de uma visita de inspetores da ONU à nova usina de enriquecimento de urânio, localizada na cidade sagrada de Qom. A visita de ElBaradei ocorre depois que os Estados Unidos exigiram agilidade nas discussões sobre o controverso programa nuclear do Irã. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse hoje que o presidente dos EUA, Barack Obama, cometeu um grande erro quando acusou o Irã de ter escondido seu novo sítio nuclear.
ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), deverá encontrar amanhã o presidente da Organização Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi, segundo agências de notícias locais. O principal propósito da visita é discutir com autoridades “como os inspetores da ONU poderão visitar a planta de Qom, outro instrumentos nucleares e discutir uma maior cooperação”, de acordo com a agência ILNA.
As potências do ocidente suspeitam que Teerã esteja desenvolvendo tecnologia para fabricar bomba atômica, sob a alegação de estar desenvolvendo trabalhos nucleares apenas para uso civil. O Irã nega veementemente as acusações. O presidente Barack Obama avisou recentemente que sua paciência para dialogar sobre o tema estaria curta.
Mas Obama cedeu um pouco ao dizer que, na reunião do Irã com seis potências mundiais (Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos), realizada em Genebra, as conversas entre EUA e Irã tiveram seu nível mais elevado em três décadas. Isso teria marcado um início “construtivo” para encontrar um padrão para os planos nucleares.
Já Mahmoud Ahmadinejad defendeu hoje o programa nuclear de Teerã, inclusive a construção da usina de Qom. “As ações do Irã estão baseadas na honestidade. Não tivemos nenhum trabalho secreto porque demos informações (sobre a nova planta) com antecedência para a IAEA”, afirmou Ahmadinejad em Teerã. O pronunciamento do presidente ocorreu antes da chegada do chefe da IAEA ao país.