O Egito está pronto para retomar as exportações de gás para Israel, mas a um novo preço, informou a agência oficial de notícias egípcia Mena nesta segunda-feira, depois de o país ter cancelado um antigo contrato.
O ministro de Cooperação Internacional, Fayza Abul Naga, disse que “o lado egípcio não tem objeções em assinar um novo contrato, com novas condições e novo preço”, informou a Mena.
O Egito anulou o contrato de venda de gás para Israel na quinta-feira, afirmando que o país vizinho não cumpriu as condições do contrato de exportação assinado em 2005, cuja vigência prevista era de 20 anos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, esforçava-se para conter os danos da decisão do Egito de cortar suas exportações de gás natural, afirmando que a questão era apenas uma merda “disputa comercial”, ao mesmo tempo em que tentava evitar uma crise diplomática.
As declarações de Netanyahu contrastam com comunicados anteriores de ministros do gabinete que advertiram que a medida egípcia ameaça prejudicar as já vacilantes relações entre os dois países.
“Nós não vemos este corte de gás como algo que tenha nascido de acontecimentos políticos”, declarou Netanyahu. “Trata-se na verdade de uma disputa comercial entre uma companhia israelense e uma companhia egípcia.”
Israel e Egito assinaram um histórico tratado de paz em 1979 e, embora as relações nunca tenham sido particularmente próximas, a calma na fronteira tem sido importante para a segurança dos dois vizinhos. As exportações de energia para Israel e outras ligações econômicas entre os países também têm ajudado a manter a paz.
Desde que o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak foi derrubado no ano passado, o governo israelense tem estado tenso sobre seu relacionamento com o Egito, particularmente desde o início de uma série de ataques a gasodutos por militantes islâmicos, que têm prejudicado o envio de gás para Israel.
A ascensão dos partidos islâmicos nas eleições parlamentares deu ainda mais peso a esses temores. O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, sugeriu que a medida egípcia pode ser politicamente motivada por causa das eleições presidenciais egípcias. Ele disse à rádio do Exército que espera que as coisas “voltem a como eram antes” depois das eleições, marcadas para os dias 23 e 24 de maio.
As informações são da Dow Jones e da Associated Press.