A ministra de Planejamento e Cooperação Internacional do Egito, Fayza Abul Naga, e o ministro de Justiça do país, Adel Abdel Hamid Abdullah, disseram durante uma entrevista coletiva que as investigações sobre 17 organizações não-governamentais internacionais que operam no país são justificáveis porque aparentemente essas instituições violaram leis egípcias sobre financiamento político.
“Organizações estrangeiras abriram ilegalmente escritórios no Egito desde a revolução de 25 de janeiro e violaram a lei sobre associações”, disse Naga, referindo-se aos protestos ocorridos no início do ano passado que levaram à queda do ex-presidente do país, Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011. “Todos os países do mundo, inclusive os EUA, proíbem financiamento estrangeiro para organizações envolvidas em atividades políticas ou atividades ligadas a partidos políticos”, acrescentou.
O ministro Abdullah ressaltou a preocupação do Egito em garantir que as “ONGs possam trabalhar sem interferência e de forma independente e livre, desde que de forma responsável e respeitando as leis egípcias”.
Na quinta-feira, promotores acompanhados de forças especiais da polícia do Egito confiscaram computadores e documentos de ONGs para investigar se essas instituições estariam recebendo financiamento estrangeiro ilegal. Parte das instituições sob investigação são dos EUA.
O Departamento de Estado norte-americano criticou a ação e indicou que pode deixar de enviar cerca de US$ 1,5 bilhão ao Egito. O dinheiro seria usado para fins militares em troca de avanços do governo egípcio em direção à democracia.
“Temos algumas novas exigências de transparência ligadas ao financiamento do Egito que gostaríamos de levar ao Congresso”, disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland. “O governo egípcio tem plena consciência disso e certamente precisa estar atento a esse fato no contexto de quão rapidamente esse assunto será resolvido”, acrescentou. As informações são da Dow Jones.