Um tribunal do Egito condenou 75 pessoas à morte neste sábado, incluindo membros do alto escalão do grupo Irmandade Muçulmana, por seu envolvimento em um protesto em 2013, informou a mídia estatal. O Tribunal Criminal do Cairo encaminhou as sentenças ao grão-mufti Shawqi Allam, máxima autoridade muçulmana do país – uma formalidade prevista em lei em casos de punição capital. Embora a opinião do grão-mufti não tenha peso legal, pode levar um juiz a reverter uma decisão inicial. Os condenados podem recorrer da sentença.

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As sentenças de outras 660 pessoas envolvidas no caso devem ser anunciadas em 8 de setembro, de acordo com o website Al-Ahram.

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Dos 75 réus condenados à morte neste sábado, 44 estão presos e 31, foragidos. O tribunal costuma aplicar a pena máxima a foragidos, mas normalmente há um novo julgamento quando eles são capturados.

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O caso envolve um total de 739 réus, entre eles o líder supremo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, e o fotojornalista Mahmoud Abu Zeid. As acusações variam de assassinato a danos à propriedade pública. Nem Badie nem Abu Zeid foram condenados à morte neste caso.

O protesto de 2013, na praça Rabaa al-Adawiya, no Cairo, foi em apoio ao ex-presidente Mohammed Morsi, que tinha sido deposto por militares após grandes manifestações populares contra seu governo. Morsi era membro da Irmandade Muçulmana.

O protesto foi dispersado de forma violenta em 14 de agosto de 2013. Mais de 600 pessoas foram mortas. Meses depois, o Egito declarou a Irmandade Muçulmana uma organização terrorista. Autoridades egípcias iniciaram uma forte campanha de repressão contra membros e apoiadores da Irmandade. Tribunais do país realizaram julgamentos em massa e condenaram centenas de pessoas à morte, gerando críticas da comunidade internacional.

Em 2014, um juiz egípcio condenou 529 apoiadores de Morsi à morte, mas um novo julgamento foi ordenado após uma série de procedimentos legais.

Grupos de defesa de direitos humanos vêm criticando essas condenações em massa no Egito e pedindo que as autoridades garantam julgamentos justos. No mês passado, a Anistia Internacional classificou o julgamento em massa do protesto de 2013 uma “paródia grotesca de justiça”, e pediu que autoridades retirem todas as acusações contra aqueles que foram presos por protestar de forma pacífica. Fonte: Associated Press.