Um novo gabinete egípcio, prometido pelo contestado presidente Hosni Mubarak, foi anunciado hoje. A equipe de governo permanece sem grande alterações, mas foram demitidos o ministro de Interior, Habib al-Adly, e todos os empresários que ocupavam postos de ministros. A televisão estatal mostrou imagens dos novos ministros jurando seus cargos e cumprimentando Mubarak com apertos de mão. Além de Adly, foram substituídos os ministros de Finanças e da Cultura.
Adly foi substituído por Mahmud Wagdi, um general reformado da polícia. A substituição dele era uma das exigências dos manifestantes, que realizam há uma semana protestos pelo fim do regime de Mubarak, há três décadas na presidência. Os manifestantes também pedem o fim da corrupção e da opressão.
O fato de empresários ligados ao regime terem um papel importante na política é visto dentro do Egito como um sinal de corrupção. O filho de Mubarak, Gamal, apontado como herdeiro aparente da presidência, tem ligações próximas com o empresariado egípcio. O ministro das Relações Exteriores, Ahmed Abul Gheit, manteve seu posto, assim como o ministro da Defesa, general Mohamed Hussein Tantawi, segundo um decreto de Mubarak lido na TV estatal.
Os manifestantes no centro do Cairo, no entanto, insistem que não estarão satisfeitos antes do fim do governo Mubarak. “Nós não aceitaremos outra mudança além da partida de Mubarak”, disse um manifestante, pedindo anonimato. Rifat Ressat, outro que participa dos protestos, afirmou que é preciso haver “uma mudança completa do governo, com uma autoridade civil”.
A saída de Adly, que controlava as forças de segurança do país, acusadas de abusos sistemáticos dos direitos humanos, foi, de qualquer modo, considerada bem-vinda. “O ministro de Interior é responsável por toda a violência, porque a polícia abriu fogo contra os manifestantes”, disse Ressat. As informações são da Dow Jones.