Manifestantes egípcios atearam fogo à sede do governista Partido Democrático Nacional, no Cairo. Imagens da televisão estatal mostram o ataque, realizado hoje, o quarto dia consecutivo de protestos contra o governo de Hosni Mubarak. As imagens mostram o prédio do partido, localizado no centro da capital, tomado pelas chamas.
Com a situação cada vez mais volátil no Egito, o governo do presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, mudou seu tom a tratar da situação, hoje, demonstrando “profunda preocupação” com as ações em andamento e pedindo “comunicações abertas”, após o governo do presidente Mubarak restringir a internet e os serviços de celulares no maior país árabe do mundo, informa o Wall Street Journal.
O porta-voz do Departamento de Estado P.J. Crowley escreveu, em uma mensagem no site Twitter, que os eventos no Egito “trazem grande preocupação”. “Os direitos fundamentais devem ser respeitados, a violência evitada e as comunicações abertas, permitidas”, escreveu o porta-voz.
Ontem, o governo norte-americano se limitou a pedir comedimento, acompanhando suas declarações de expressões leves de apoio a Mubarak. Na noite de ontem, em entrevista à rede pública PBS, o vice-presidente Joe Biden disse que “Mubarak tem sido um aliado nosso em várias coisas”. Biden também disse que o general “tem sido bastante responsável” em questões que envolvem o interesse norte-americano na região e nos esforços pela paz no Oriente Médio, por exemplo. “Eu não chamaria ele de um ditador”, defendeu Biden.
Os comentários geraram críticas hoje, quando a polícia e veículos blindados foram às ruas do Cairo com jatos d’água, gás lacrimogêneo e em alguns casos balas comuns para suprimir os protestos nas ruas do Egito. Os comentários do porta-voz parecem ecoar um discurso feito pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, mais cedo neste mês no Catar, pedindo aos líderes não democráticos do norte africano e do Oriente Médio que atendam aos apelos por mudanças democráticas. As informações são da Dow Jones.