A crise com a Venezuela terá sérios efeitos sobre a economia colombiana, alertou nesta sexta-feira (7), o diretor do Banco Central da Colômbia, Carlos Gustavo Cano. O ministro da Fazenda colombiano, Óscar Escobar, não compareceu ao evento do Instituto of International Finance (IIF, na sigla em inglês) e justificou a ausência, através de Cano, "por causa das dificuldades que o país está enfrentando com seus vizinhos" após a invasão do Exército colombiano em território equatoriano que culminou na morte do número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Raúl Reyes.
Segundo Cano, as trocas comerciais com a Venezuela têm peso similar a toda a economia doméstica na Colômbia. Ele explicou que, enquanto as exportações para os Estados Unidos são decrescentes, as vendas para a Venezuela cresceram 93% no ano passado.
Mais de 50% das vendas externas colombianas para a Venezuela têm alto valor agregado e a crise com o país, de acordo com Cano, "nos traz muitas incertezas a frente e terá um impacto muito forte na economia colombiana se o problema não for resolvido".
O diretor do BC da Colômbia disse que há três grandes riscos no momento na economia do país: o problema global do aumento nos preços dos alimentos e os impactos na inflação; a desaceleração do crescimento econômico mundial "e as incertezas com o segundo maior parceiro comercial, que é a Venezuela". E acrescentou: "estamos enfrentando problemas sérios, profundos de incerteza que ninguém pôde prever antecipadamente".