A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, autorizou nesta quinta-feira a abertura de todas as eclusas que têm impedido a entrada de água na capital Bangcoc. O objetivo é permitir que as águas das chuvas de monções, que já inundaram grande parte do país e provocaram grandes prejuízos econômicos, sigam para o mar, embora a medida represente um grande risco para a capital do país.
“Eu decidi pedir a Bangcoc que abra todas as eclusas, o que pode provocar uma inundação, para que a água flua para o mar o mais rápido possível”, disse ela durante uma reunião de emergência. “Ao mesmo tempo, bombas d’água vão ajudar a retirar a água da cidade e funcionários vão limpar os cursos d’água”, afirmou ela.
“Devemos deixar a água fluir, já que muito pouco chegou ao mar”, disse Yingluck, lembrando que a água está “em todo lugar e não tem para onde ir”.
Há muita coisa em jogo. Analistas econômicos dizem que as enchentes já reduziram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011. Os danos provocados podem chegar a US$ 6 bilhões, quantia que pode dobrar se houver inundações em Bangcoc.
Nesta semana, o governador de Bangcoc pediu 1 milhão de sacos de areia para reforçar pontos vulneráveis da capital, além do 1 milhão de sacos que já havia solicitado no início do mês.
O centro de Bangcoc ainda não foi atingido pelas enchentes, pois as autoridades desviaram a água para áreas fora da capital, numa tentativa de evitar que o rio Chao Phraya River transborde e inunde o coração econômico da cidade.
Mas um grande volume de água deve atingir a cidade no final de semana, colocando uma grande pressão sobre as defesas contra enchentes de Bangcoc e sobre a população, que já foi severamente afetada nas proximidades da capital.
Bangcoc tem um extenso sistema de drenagem que inclui 200 eclusas, 158 estações de bombeamento, sete túneis subterrâneos gigantes e 1.682 canais, que cobrem 2.604 quilômetros, segundo as autoridades da cidade.
Três meses de fortes chuvas de monções já mataram 320 pessoas no país e danificara casas e propriedades de milhões de pessoas, a maioria nas regiões norte e central, forçando muitas delas a buscar refúgio em abrigos. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
