E-mails dizem que EUA sabiam de envolvimento terrorista em ataque a consulado

Duas horas após o ataque no consulado americano em Benghazi, na Líbia, no último dia 11 de setembro, a Casa Branca, o Departamento de Estado e o FBI já sabiam que um grupo islâmico tinha reivindicado a autoria do ato. Essas informações foram obtidas pela emissora americana CNN, que teve acesso a e-mails oficiais dos órgãos do governo dos Estados Unidos.

O ataque deixou quatro mortos, incluindo o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens. Os três e-mails obtidos pela CNN foram enviados por um endereço pertencente ao Departamento de Estado americano a diversos órgãos do governo.

O primeiro e-mail enviado descreve um ataque ao consulado americano em Benghazi, dizendo que 20 homens armados tinham invadido o local. Menos de uma hora depois, o segundo e-mail enviado diz que os tiros tinham cessado e que os homens tinham deixado o consulado.

O último e-mail cita nominalmente o grupo Ansar al Sharia, dizendo que ele reivindicava a autoria do atentado. “A embaixada em Trípoli confirma que o grupo se diz responsável pelo ataque, por meio de postagens no Facebook e no Twitter”, diz o e-mail.

Polêmica

Os e-mails levantam novas questões sobre as informações que o governo do presidente Barack Obama tinha sobre o ataque em Benghazi, antes e logo após seu acontecimento.

Um dia depois do atentado, Obama classificou o incidente como “ato terrorista”. No entanto, nos dias que se seguiram, um dos porta-vozes da Casa Branca, Jay Carney, disse que não havia provas de que o ataque tinha sido planejado ou que era iminente.

Susan Rice, diplomata americana nas Nações Unidas, chegou a dizer que a aglomeração que gerou o ataque era espontânea, fruto da revolta com o filme americano anti-islã “Inocência dos Muçulmanos”.

A perspectiva do governo americano sobre o ataque só mudou em 19 de setembro, quando as autoridades admitiram que se tratava de um atentado terrorista. Elas negaram que o filme tivesse alguma relação com o ataque sofrido na Líbia, como aconteceu na embaixada americana em Cairo, no Egito.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, admitiu a responsabilidade por falhas na segurança em Benghazi, dizendo que o consulado americano não estava bem protegido na época.

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