A realização do segundo turno das eleições presidenciais no Haiti não será possível até o fim de fevereiro, após o término do mandato constitucional do presidente René Préval, disse ontem um porta-voz do conselho eleitoral. O segundo turno deveria inicialmente ocorrer em 16 de janeiro, mas ainda não foram divulgados os resultados definitivos do primeiro turno, ocorrido em 28 de novembro.
A votação inicial foi criticada pela pouca participação dos eleitores, pela desorganização, supostas fraudes, além de atos de violência e intimidação dos eleitores. O atraso somente pioraria a crise política, que já causou distúrbios, o que complica mais a resposta do Haiti à epidemia de cólera no país, bem como a reconstrução após o terremoto do ano passado.
O conselho provisório eleitoral espera recomendações de uma equipe da Organização dos Estados Americanos (OEA), que chegou ao país caribenho para supervisionar o primeiro turno. Assim, seria preciso mais tempo para lidar com objeções dos candidatos e realizar as campanhas para a votação final, disse o porta-voz do conselho, Pierre Thibault Junior. “O segundo turno não é possível antes do fim de fevereiro”, avaliou ele.
A equipe de 12 membros da OEA ainda trabalha em sua revisão e espera apresentar suas conclusões até o domingo, disse em uma entrevista por telefone Albert Ramdin, subsecretário-geral da OEA. Ramdin disse não ter recebido nenhum comunicado oficial dos funcionários eleitorais sobre o atraso das eleições. Apesar disso, ele notou que havia uma “percepção de que haverá uma mudança no calendário eleitoral”. A Constituição haitiana prevê que o mandato de cinco anos de Préval no cargo termine em 7 de fevereiro. As informações são da Associated Press.