Após seis anos de crescimento econômico forte sob o comando do presidente Benigno Aquino III, os eleitores das Filipinas escolheram como próximo líder um prefeito famoso pela luta contra o crime, Rodrigo Duterte, de 71 anos. O novo presidente admitiu que não tem uma visão econômica detalhada para o país, mas garante que estimulará os negócios.

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Prefeito de Davao, Duterte está virtualmente eleito, após os resultados preliminares mostrarem nesta terça-feira que ele havia obtido 38% dos votos, bem à frente dos principais rivais, que haviam admitido a derrota. Ele assume o poder em 30 de junho, após o Congresso ratificar o resultado.

No governo de Aquino, a economia filipina cresceu em média 6,2% ao ano, o melhor resultado regional. Alguns líderes empresariais temem, porém, que o sucessor – mais conhecido por declarações fortes em discursos e por seu compromisso de derrotar os criminosos – possa ameaçar o legado de Aquino de prudência fiscal e progresso econômico, logo após o investimento estrangeiro e os números de turistas baterem recordes.

“Há grande preocupação na comunidade empresarial, tanto doméstica quanto estrangeira, porque houve melhoras substanciais no governo Aquino”, disse um membro de uma comunidade de empresários estrangeiros que pediu anonimato. “Com Duterte, as posições não são bem conhecidas”, diz o empresário, referindo-se à plataforma econômica do novo líder.

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Em Davao, Duterte é prefeito há 30 anos com bons resultados, o que deve dar mais confiança aos empresários e investidores, acredita Eugenia Victorino, economista da ANZ Research. Segundo ela, o desenvolvimento da cidade é muito positivo e Davao conseguiu atrair muito investimento estrangeiro.

Os investidores reagiram positivamente aos resultados eleitorais. A Bolsa das Filipinas subiu 2,6%, nesta terça-feira.

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Duterte disse aos líderes empresariais que “relaxem”, durante um discurso em Manila no mês passado, e afirmou que será um presidente favorável aos negócios. O plano dele prevê a criação de condições melhores para as empresas, com melhoras na legislação e mais ordem. Além disso, quer combater a insurgência comunista e a islâmica, responsáveis por conflitos que prejudicam o progresso econômico em grandes regiões das Filipinas, e investir pesadamente em agricultura para melhorar a produtividade e diminuir os preços dos alimentos, o que beneficiaria sobretudo as famílias mais pobres.

O novo líder também quer reescrever a Constituição para retirar restrições ao investimento estrangeiro. Atualmente, as companhias de fora podem apenas ter uma fatia minoritária em muitos dos setores da economia filipina. “Se essas restrições forem retiradas, apenas isso aumentaria o crescimento em 0,5% ao ano”, acredita Victorino. Fonte: Dow Jones Newswires.