O duplo atentado que atingiu a sede do Estado-Maior da Síria, na capital Damasco, hoje, deixou quatro guardas mortos e 14 pessoas feridas, segundo a agência de notícias estatal Sana.
Mas, em nota, as Forças Armadas disseram que os líderes militares escaparam ilesos, e que apenas alguns guardas ficaram feridos no ataque, que chacoalhou toda a cidade por volta de 7h (1h em Brasília).
Citado pela agência, o comando militar informou que entre os feridos há militares e civis e voltou a acusar grupos terroristas armados pela ação. O termo é usado pelo regime de Bashar Assad para qualificar os opositores que lutam contra o ditador.
Na televisão estatal síria, os militares relataram que as explosões coincidiram com um tiroteio nas imediações do edifício. Uma das bombas estava instalada em um carro estacionado na frente do prédio e a outra foi deixada no saguão.
As autoridades responderam os ataques, em perseguições por quadras próximas ao local. Horas depois do ataque, o Exército Livre Sírio, principal força armada da oposição, reivindicou os atentados.
Esta é a segunda vez que esta sede militar, que se encontra no distrito de Abu Rumaneh, em pleno centro de Damasco, é alvo de um ataque. No dia 2, um atentado no local deixou quatro feridos. O local fica a três quadras do palácio presidencial.
Em número de mortos, a ação foi a maior na capital desde 18 de julho, quando uma explosão matou vários funcionários graduados do governo, inclusive um cunhado de Assad e os ministros de Defesa e Interior.
Aquele atentado marcou o início de uma ofensiva rebelde no centro da capital e na cidade de Aleppo, no norte sírio, depois rechaçada pelas forças do regime.
Enorme cratera
Imagens colocadas na internet mostraram o fogo dominando os andares superiores do Prédio do Comando do Estado-Maior, na praça Umayad (centro de Damasco). A explosão deixou uma enorme cratera, aparentemente onde um carro-bomba foi detonado.
Moradores disseram que tiros foram ouvidos no bairro durante pelo menos duas horas depois da explosão. As ruas do bairro foram interditados, e ambulâncias passavam em alta velocidade.
Um repórter da TV Al Manar, que pertence ao grupo xiita libanês Hizbollah, aliado de Assad, disse estar no prédio depois da explosão, e ter visto os corpos de três “homens armados”, sugerindo que houve confrontos entre militares e rebeldes no local.
Uma correspondente da emissora iraniana Press TV foi morta por um franco-atirador rebelde, e o chefe da sucursal em Damasco ficou ferido no incidente, durante a cobertura das explosões de quarta-feira, segundo o canal.
Também nesta quarta, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, disse ter recebido informações de que atiradores pró-Assad mataram mais 16 pessoas em Damasco, inclusive três crianças e seis mulheres no bairro de Barzeh, reduto da oposição.
Ativistas dizem que mais de 27 mil pessoas já foram mortas na Síria em 18 meses de rebelião contra Assad.