Documentos sobre abusos no Iraque pressionam EUA

Os Estados Unidos estão sob pressão cada vez maior para investigar as informações divulgadas em um novo vazamento de documentos secretos pelo site WikiLeaks.org. Governos de diversos países e organizações internacionais de defesa dos direitos humanos querem respostas às denúncias levantadas contra os exércitos dos EUA, do Iraque e de outras forças aliadas depois do vazamento de mais quase 400 mil documentos militares secretos que apontam para práticas de torturas e outros abusos.

O vice-primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Nick Clegg, qualificou as alegações como “extremamente sérias” e disse que as pessoas querem ouvir uma resposta. A avalanche de informações secretas abrange um período que vai de 2004 a 2009 e oferece imagens chocantes do conflito, especialmente no que diz respeito a abusos de civis iraquianos. Segundo os documentos, o exército norte-americano autorizou a tortura e matou centenas de civis em postos militares no Iraque ao longo dos últimos anos, informou nesta sexta-feira a emissora pan-árabe de televisão Al-Jazira com base em documentos secretos dos Estados Unidos distribuídos pelo WikiLeaks.

Arquivos secretos obtidos pelo site e repassados à Al-Jazira revelaram a existência de uma ordem secreta da cúpula do exército dos EUA para que não fossem investigados os casos de tortura atribuídos a autoridades iraquianas descobertos pelas forças norte-americanas. Os EUA também acobertaram, segundo os documentos, o fato de “centenas” de civis iraquianos terem sido assassinados em postos de controle militar operados por soldados norte-americanos depois da invasão do Iraque, em março de 2003, por forças estrangeiras lideradas por Washington em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas.

Ainda de acordo com a Al-Jazira, os EUA “compilaram um registro de iraquianos mortos e feridos no conflito, apesar de o terem negado publicamente”. Os documentos divulgados hoje revelam que a Guerra no Iraque matou pelo menos 109 mil pessoas entre a invasão do país árabe, em março de 2003, e o fim do ano passado, informou a emissora. Dos 109 mil mortos no período, 63% eram civis, segundo os documentos secretos norte-americanos citados pelo canal. O número de civis iraquianos mortos inclui 15 mil pessoas a mais que o admitido anteriormente. As informações são da Dow Jones.

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