O documentário "Na Prisão Minha Vida Toda", de Marc Evans, conta a história de Mumia Abu-Jamal, um jornalista norte-americano que foi preso e condenado à morte aos 25 anos por supostamente ter matado o policial Daniel Faulkner, na Filadélfia; na semana passada, a sentença foi anulada.
A produção recebeu o patrocínio da Anistia Internacional, o ator britânico Colin Firth (de "O Diário de Bridget Jones") aparece nos créditos como produtor executivo, e a trilha sonora é composta por músicas de Robert Del Naja e Neil Davidge (ambos do Massive Attack) e canções originais do rapper Snoop Dogg. O documentário, que participou dos Festivais de Roma, Londres e Sundance, apresenta entrevistas com o lingüista Noam Chomsky, os músicos Mos Def, Snoop Dogg e Steve Earle, a escritora Alice Walker e a ativista Angela Davis.
Abu-Jamal, cujo nome verdadeiro é Wesley Cook, virou símbolo da campanha contra a pena de morte, uma vez que, por mais de 20 anos, era o único preso político dos Estados Unidos condenado à morte. Jornalista e ativista dos Panteras Negras, Abu-Jamal foi condenado à morte em dezembro de 1981 por um júri branco, na Fildafélfia, pelo assassinato de um agente da polícia da cidade. Daniel Faulkner morreu em um confuso incidente; os relatos das testemunhas divergem em vários pontos.
Segundo os depoimentos, Abu-Jamal teria ido socorrer o irmão mais novo, que estava sendo espancado por Faulkner. Acredita-se que havia um outro homem na cena do crime, mas ele nunca foi identificado. Em meio a gritos e disparos, outros policiais chegaram ao local e encontram Jamal ferido e Faulkner morto.
Durante mais de 20 de anos, manifestantes e personalidades exigiram um julgamento mais justo para Jamal, mas apesar das inúmeras constatações de irregularidades no seu processo, a data da execução foi remarcada várias vezes. Na semana passada, a Corte Federal de Apelações dos EUA revogou a sentença, convertendo-a em prisão perpétua; Jamal também terá direito a um novo julgamento.