Mais de 200 pessoas serão julgadas nesta semana por sua participação nos distúrbios sectários do mês passado, que mataram quase 200 pessoas na província de Xinjiang, no noroeste da China, informou nesta segunda-feira um jornal estatal. O China Daily afirmou que os julgamentos ocorrerão em Urumqi, a capital provincial, foco da pior violência étnica na China em décadas, que deixou 1.700 feridos.
Nos distúrbios, enfrentaram-se membros da minoria uigur, de maioria muçulmana, e da etnia han, majoritária no país. Milhares de membros da etnia han emigraram para Xinjiang, nas últimas décadas.
A tensão segue em alta na cidade, com as forças de segurança em estado de alerta, temendo mais violência. O China Daily afirmou que as medidas de segurança serão reforçadas ainda mais durante os julgamentos, para evitar ataques de vingança ou assaltos de separatistas uigures. Pequim afirma que esses separatistas são os culpados pela violência.
As autoridades ofereceram poucos dados sobre a investigação dos distúrbios, iniciados em 5 de julho, quando a polícia tentou interromper um protesto inicialmente pacífico de jovens uigures. Os uigures reagiram quebrando janelas, automóveis e atacando a outra etnia. Dois dias depois, membros dos han realizaram ataques de represália.
Ao todo, 197 pessoas morreram nos distúrbios, em sua maioria chineses han. Os detalhes sobre a represália governamental foram conhecidos apenas através da imprensa estatal, que ofereceu poucas e às vezes contraditórias informações sobre o número de prisões e os preparativos para os julgamentos.