Dissidente recebe doações para saldar dívida com China

Milhares de pessoas doarem 5,29 milhões de yuans (US$ 840 mil) para ajudar Ai Weiwei a pagar uma grande multa por sonegação fiscal. Várias pessoas jogaram dinheiro no jardim do artista plástico, disse ele nesta segunda-feira. Ai chegou a ser preso por 81 dias e recebeu ordem para pagar 15 milhões de yuans por suposta sonegação tributária.

Um assistente do artista, Liu Yanping, disse que 18.829 pessoas haviam contribuído. As pessoas enviavam dinheiro pela internet e através de transferência bancárias, enquanto algumas jogaram diretamente o dinheiro no jardim dele.

Em editorial nesta segunda-feira, o jornal estatal Global Times sugeriu que Ai pode ser indiciado por “levantamento ilegal de recursos”, por aceitar contribuições para a conta que ele precisa saldar até 15 de novembro.

O artista, de 54 anos, diz que não fez nada de errado e afirma que as autoridades tentam silenciar seu ativismo pelos direitos humanos acusando-o de evasão fiscal.

A prisão de Ai ocorreu em abril e gerou críticas internacionais. Na época, vários ativistas chineses foram detidos, enquanto na internet ocorriam convocações para protestos de rua similares aos que derrubaram governos no mundo árabe. O artista havia pressionado o governo a investigar o colapso de escolas no terremoto de 2008 em Sichuan e também um incêndio em 2010 em Xangai que matou dezenas. Segundo ele, a polícia o agrediu quando ele tentou testemunhar em favor de outro ativista, em 2009.

Reconhecido internacionalmente, Ai disse que não precisa do dinheiro. “O que preciso é do apoio ético de todos”, afirmou. Ele disse que deve pagar de volta seus doadores, alguns dos quais são importantes ativistas.

Ai Xiaoming, ativista pela democracia e professora na Universidade Zhongshan, na província de Cantão, sul chinês, disse na semana passada que ajudou a levantar 400 mil yuans para o artista. Outro famoso ativista, Hu Jia, disse no Twitter que doou 1 mil yuans.

No mês passado, Ai foi apontado como o artista mais poderoso do mundo pela prestigiosa revista britânica Art Review. As informações são da Dow Jones.

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