Dissidente cubano não foi agredido, diz legista

O médico legista que realizou a autópsia no corpo do dissidente Juan Wilfredo Soto, que na opinião de correligionários foi morto por autoridades cubanas, rechaçou que ele tenha recebido um golpe que o teria matado. Segundo o médico, a morte foi causada por um problema natural.

“A causa do falecimento foi uma pancreatite aguda, com focos hemorrágicos”, explicou o médico Ricardo Rodríguez, em declarações publicadas hoje pelo Granma, jornal estatal de Cuba. Ele também destacou as doenças preexistentes de Soto, de 46 anos: cardiopatia, gota, diabetes e índices altos de triglicérides. Segundo o legista, não havia sinais de violência externa ou interna no corpo. Já o tórax “apresentava pulmões típicos de um fumante, com um coração aumentado de volume”.

Soto foi preso na quinta-feira passada, em um parque de Santa Clara, a 300 quilômetros da capital cubana. Ele foi solto poucas horas depois e morreu no domingo. Segundo dissidentes, ele foi golpeado pela polícia, portanto sua morte seria “um assassinato”. O médico legista descartou a versão de que o golpe pudesse ter sido um fator “detonador” para a pancreatite, pois para que “o trauma” chegue ao pâncreas ele “tem de ser visível”.

O Granma também publicou testemunhos de familiares e vizinhos de Soto, que estavam no parque no momento da prisão e negaram um ataque físico contra o dissidente. “Isso de que o golpearam é uma grande mentira. Não havia nenhuma marca de golpe”, disse ao jornal estatal Rosa Soto, irmã do dissidente. As informações são da Associated Press.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo