O dissidente chinês preso Liu Xiaobo ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2010 “por sua longa e não violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China”, anunciou o Comitê Norueguês do Nobel.
O Comitê disse que há muito tempo acredita na existência de uma estreita conexão entre os direitos humanos e a paz. O prêmio deve causar a irritação do governo chinês, que já havia alertado o Comitê contra a concessão do Nobel a Xiaobo.
É a primeira vez que um dissidente chinês ganha o prêmio desde que a liderança comunista do país lançou reformas econômicas, mas não políticas, há três décadas. A concessão do prêmio pode deflagrar um debate entre a liderança e a elite chinesa sobre a necessidade de o país iniciar reformas democráticas, e com que rapidez.
Xiaobo, de 54 anos, tem sido um incômodo para o governo chinês desde 1989, quando se juntou aos protestos estudantis numa greve de fome dias antes de o exército reprimir o movimento pró-democracia na Praça Tiananmen. Por sua campanha pelas liberdades políticas, Xiaobo foi preso no Natal do ano passado e condenado a 11 anos de detenção. As informações são da Associated Press.