Saraivadas de balas foram ouvidas de novo hoje na capital da Costa do Marfim, Abidjã, com o ressurgimento de antigas rivalidades entre senhores da guerra, pondo em risco a frágil paz do país. Não está claro se o presidente Alassane Ouattara pode controlar algum dos seis senhores da guerra que ajudaram a colocá-lo no poder ao derrubar e deter o ex-presidente Laurent Gbagbo.
As última disputa é entre Ibrahim “IB” Coulibaly, que participou de dois golpes de Estado, e o ministro da Defesa Guillaume Soro, que também é primeiro-ministro. Os dois fomentaram uma rebelião em 2002 que dividiu o país entre o norte, controlado pelos rebeldes, e o sul, sob comando do governo.
Os partidários de Coulibaly acusam Soro de atacar suas forças e de planejarem o assassinato de seu líder numa emboscada numa rodovia, quando ele supostamente se reuniria com Ouattara. Em 2004, os dois homens travaram batalhas sangrentas na cidade central de Bouake. Soro venceu e Coulibaly foi obrigado a se exilar. Agora, teme-se que eles possam desestabilizar Abidjã, a capital comercial e maior cidade do país, onde vivem um terço dos 15 milhões de habitantes.
Ouattara pediu que os bancos sejam abertos e que todos voltem amanhã para o trabalho. Na última sexta-feira, Ouattara declarou o encerramento da guerra com a prisão de Gbagbo em 11 de abril. Ele ordenou aos combatentes de Soro que formem um novo Exército com as antigas tropas de Gbagbo e que retornem aos quartéis no centro e no oeste do país. O novo presidente também ordenou que Coulibaly entregue suas armas ou elas serão tomadas pela força. As informações são da Associated Press.