Diretor de filme que despertou ira está escondido, diz site

Sam Bacile, o diretor do filme “A Inocência dos Muçulmanos’, que despertou protestos ontem, no Cairo, e na cidade de Benghazi, na Líbia, culminando na morte do embaixador americano Christopher Stevens, está escondido com medo de ser assassinado.

As informações são do “Huffington Post”, que conversou com o empreendedor imobiliário e dublê de cineasta na manhã de ontem. De acordo com o site, Bacile, um judeu nascido em Israel e criado nos Estados Unidos, não esperava uma reação tão violenta dos radicais islâmicos, mas não recuou em suas declarações. “O Islamismo é um câncer. Ponto final”, disse ele ao veículo.

Os protestos no Egito e na Líbia começaram quando o trailer de 13 minutos do filme amador foi divulgado com tradução em árabe. “A Inocência dos Muçulmanos” mostra o profeta Maomé como um louco que come restos de ossos, sofre de depravação sexual e aprova o abuso infantil.

Segundo o “Wall Street Journal”, o longa de 2 horas (ainda inédito) não foi feito para exibição em circuito e o orçamento de US$ 5 milhões (R$ 10 milhões) teria sido financiado por 100 judeus e promovido pelo pastor radical da Flórida Terry Jones, o mesmo que queimou o “Corão”, livro sagrado dos muçulmanos, em abril passado.

Não é preciso entender de cinema ou ir além dos 13 minutos do trailer para notar o amadorismo dos atores e da produção. “A Inocência dos Muçulmanos” foi feito para servir de estopim de revoltas, como confirma Bacile ao “Huffington Post”: “Isso é um filme político. Os Estados Unidos perderam muito dinheiro e pessoas em guerras no Iraque e no Afeganistão, mas nós estamos combatendo com ideias”.

Em 2004, o holandês Theo van Gogh foi brutalmente assassinado por um radical muçulmano por causa curta-metragem “Submission”, que mostrava o abuso a mulheres e citava o “Corão”. A diferença é que Theo era um cineasta com carreira na área, ao contrário de Bacile, que nunca dirigiu um longa na vida.

O governo de Israel, preocupado com a repercussão do vídeo, negou qualquer ligação com o diretor amador. “É obvio que precisamos estar vigilantes. Qualquer coisa que ele falou ou fez nada tem a ver com Israel”, anunciou Yigal Palmor, porta-voz do Ministério do Exterior israelense.

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