Em meio à possível paralisação da máquina pública dos Estados Unidos, o diretor de Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, fez críticas à oposição democrata e acusou os senadores de usarem a interrupção do financiamento do governo como arma política.
O projeto que eleva o teto da dívida até 16 de fevereiro foi aprovado ontem pela Câmara dos Representantes, mas tudo indica que os republicanos terão dificuldades para passar pelo Senado, que discute o texto hoje. Os democratas condicionam seus votos a um acordo sobre o DACA, programa federal que impede a deportação de imigrantes que entraram nos EUA ainda crianças e permaneceram no país de forma ilegal.
Para Mulvaney, não há necessidade de lidar com o DACA até fevereiro e sequer há uma legislação sobre o programa para ser incluída e votada na proposta de aumento do teto da dívida. O diretor ainda acusou os líderes democratas na Câmara e no Senado, Nancy Pelosi e Chuck Schumer, de hipócritas ao adotarem uma postura igual à que eles mesmos condenaram no fechamento do governo Obama, em 2013.
“Os democratas não são contra o aumento do teto da dívida. Eles só não votam a favor porque querem outras coisas”, afirmou Mulvaney durante coletiva de imprensa na Casa Branca. De acordo com Mulvaney, o presidente dos EUA, Donald Trump, está trabalhando ativamente nos bastidores para conseguir a aprovação do Senado.
Segundo o diretor de assuntos legislativos, Marc Short, que também participou da coletiva, houve uma reunião bipartidária na semana passada para chegar a uma solução sobre o DACA e foi feita uma proposta para consertar o problema da imigração ilegal. Para Short, não está clara a intenção dos democratas em deixar que o governo fique paralisado.
O Senado tem até as 23h59 de hoje para aprovar a elevação do teto da dívida. Caso isso não aconteça, o governo federal sofrerá uma paralisação parcial. Isso faria, segundo Mulvaney, com que membros do Exército, bombeiros e funcionários de parques públicos, trabalhem sem receber salário. (Flavia Alemi – flavia.alemi@estadao.com)