Direita vence eleições na Hungria com 52,8% dos votos

O partido conservador Fidesz, liderado pelo ex-primeiro-ministro Viktor Orban, venceu neste domingo as eleições parlamentares da Hungria, indicam resultados parciais divulgados pelo Escritório Eleitoral Nacional da Hungria. Segundo os dados, o Fidesz obteve 52,8% dos votos, seguido pelo Partido Socialista, que obteve 19,3% dos votos. O partido de extrema-direita Jobbik ficou em terceiro lugar com 16,7% dos votos. Em 25 de abril haverá segundo turno nos municípios onde nenhum candidato conquistou mais da metade dos votos.

A Hungria foi um dos países europeus mais atingidos pela recessão. O partido de extrema direita Jobbik capitalizou o sentimento de crescente nacionalismo e o ressurgimento do antissemitismo e da hostilidade aos ciganos, que acompanharam a decadência econômica.

O Partido Socialista, atualmente no governo, está sendo responsabilizado pela crise econômica. Em 2006, os socialistas obtiveram 43% dos votos e venceram as eleições na Hungria.

A participação nas eleições foi baixa e estava ao redor de 36%, abaixo dos 38% nas eleições de 2006. Analistas políticos afirmaram que uma baixa participação favoreceria o Fidesz.

Enquanto o Fidesz e os socialistas passaram a disputar o poder na Hungria após o fim do regime comunista em 1990 e as primeiras eleições democráticas, o Jobbik é um partido relativamente novo. No ano passado, o Jobbik conquistou 15% dos votos nas eleições húngaras para o Parlamento Europeu – três vezes mais que qualquer outro partido de extrema direita na Hungria desde o final do comunismo.

Bodes

Em graus variados, os judeus e os ciganos têm servido como bodes expiatórios durante períodos difíceis no Leste Europeu. O Jobbik foi capaz de inflar a pequena base de nacionalistas extremistas e antissemitas húngaros, principalmente no interior do país, onde a falta de empregos e os furtos provocados pela pobreza exacerbaram as tensões contra os ciganos.

A ascensão do Jobbik também foi auxiliada pela popularidade da Magyar Garda, ou Guarda Húngara, um grupo extremista paramilitar, cujo uniforme lembra o vestido pelos partidários da Cruz de Flecha, o partido nazista húngaro da época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O desafio do novo governo, que deverá ser formado pelo Fidesz, será tirar a Hungria de uma recessão profunda – o Produto Interno Bruto (PIB) húngaro caiu 6,3% em 2009 e a taxa de desemprego avançou para 11,4% da força de trabalho. O governo húngaro recebeu um empréstimo de ? 20 bilhões (US$ 27,5 bilhões) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições no final de 2008, o que evitou o colapso econômico, mas foi forçado a implantar uma série de medidas de austeridade para manter o orçamento sob controle.

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