A União Europeia elevou o tom de críticas contra o governo de Nicolás Maduro, ao avaliar que a prisão de opositores foi “um passo na direção errada”, rejeitou reconhecer os resultados das eleições de domingo e, nos bastidores, já começa a considerar sanções contra a Venezuela.

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Durante a madrugada, os líderes da oposição Leopoldo López e Antonio Ledezma foram detidos pelo governo, num gesto já condenado pelos europeus. “Há algumas semanas, comemoramos a transferência de Leopoldo López da prisão à detenção domiciliar”, disse Catherine Ray, porta-voz de Relações Exteriores da Comissão Europeia. “Hoje, esse gesto foi um passo na direção errada”, completou.

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“Esperamos maiores informações por parte das autoridades da Venezuela sobre essa situação, que continua sem estar clara”, insistiu.

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Sobre as eleições que escolheu uma nova Assembleia Constituinte, a UE insiste que “não pode reconhecer o resultado como tal” e destacou que Bruxelas optou por adotar a mesma posição do Parlamento Europeu, que também se recusa a aceitar as leis criadas pela nova Assembleia. “Temos dúvidas sobre a validade do resultado”, insistiu o bloco, num comunicado.

A UE já havia indicado que a nova Assembleia “não pode ser parte da solução” e que sua eleição ocorreu em meio à violência e “condições duvidosas”.

Bruxelas pediu que Maduro “trabalhe de forma urgente para adotar medidas que construam a confiança para reduzir a tensão e impulsionar melhores condições para reiniciar os esforços em direção de uma solução pacífica e negociada”.

Sanções

Enquanto o discurso ganha um tom de alerta, nos bastidores os diplomatas da Comissão Europeia começam a trabalhar em cenários possíveis de aplicação de sanções. A sugestão foi inicialmente feita pela Espanha. Mas Bruxelas optou por esperar a eleição do fim de semana e ver a reação do governo Maduro.

Dentro da Comissão, porém, cresce a percepção de uma parte do bloco de que a resposta terá de ser mais dura que apenas discursos de condenação. Oficialmente, os porta-vozes da entidade se limitam a dizer que a chefe da diplomacia da Europa, Federica Mogherini, “está coordenando posições” com os 28 países do bloco sobre os próximos passos a serem tomados contra Maduro.

Nesta terça-feira, a vice-secretária do Partido Popular, Andrea Levy, pediu que a Europa adote o mesmo caminho indicado pelos EUA e também aplique sanções contra a Venezuela. “Não é apenas que realizem eleições fraudulentas. Mas querem exterminar a oposição”, alertou.