O Irã participou hoje pela primeira vez de uma reunião de um grupo internacional sobre o Afeganistão. Esse grupo estabeleceu a “estabilidade suficiente” e os direitos humanos básicos como as metas mais realistas para a nação afegã. O encontro, em Roma, que contou com representantes de 46 países, também incluiu pela primeira vez um representante da Organização da Conferência Islâmica, que reúne 57 nações e é a principal voz do mundo muçulmano.

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“Nós consideramos esses acontecimentos muito significativos”, disse Richard Holbrooke, representante especial dos EUA para Afeganistão e Paquistão. “É outra indicação de que o esforço internacional para dar paz e estabilidade ao Afeganistão não é de modo algum um choque de civilizações”, garantiu.

“Nós reconhecemos que o Irã tem um papel a cumprir na resolução pacífica da situação no Afeganistão”, afirmou o norte-americano. O representante especial da Itália para o Afeganistão, Massimo Iannucci, disse que Teerã é “muito importante para ser excluído”. Iannucci afirmou que havia “interesses comuns” com o Irã, incluindo temas como o combate ao tráfico de drogas e à imigração ilegal ao longo da fronteira entre os dois países.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse mais cedo neste ano que apenas as potências regionais poderiam levar a paz ao Afeganistão. Nas conversas de hoje, porém, o enfoque foi uma abordagem internacional para a questão. “É toda a comunidade internacional que está trabalhando aqui”, disse Michael Steiner, enviado especial da Alemanha, que presidiu as discussões. Segundo ele, as conversas querem avançar rumo a “uma meta realista, que é a estabilidade suficiente para o Afeganistão e os direitos humanos essenciais”.

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Otan

Os diplomatas também se preparavam para um encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Lisboa no mês que vem, quando, segundo eles, serão discutidas as linhas gerais do processo de entrega do controle do território afegão às forças locais de segurança, a partir do ano que vem. Os funcionários enfatizaram, porém, que não será divulgada uma lista precisa das províncias que devem ser desocupadas. Ainda, segundo eles, o prazo de retirada para até 2014 não significa que todas as tropas internacionais estarão fora do país nessa época.

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Holbrooke também rebateu as críticas ao diálogo do governo afegão com os insurgentes do Taleban. “Há espaço no Afeganistão para qualquer um que queira se reconciliar”, disse ele, referindo-se aos insurgentes dispostos a largar suas armas. “Isso não é uma derrota. Nós sempre dissemos que não vamos ganhar esta guerra pelos meios militares”. As informações são da Dow Jones.