Hoje é Dia da Pizza.
A comemoração, que acontece desde 1985 em São Paulo, está cada vez mais comum por aqui. Em pelo menos três restaurantes de Curitiba haverá promoções para os clientes: no Pizza Hut, Pizzicato e Avenida Paulista. Com estilos bem diferentes, mas servindo o mesmo prato, esses restaurantes contam um pouco da história da pizza na cidade.
Foi o fundador da Pizzicato, Aurélio Nicolella, que montou a primeira pizzaria com forno a lenha em Curitiba. O ano era 1967. De Nápoles – a cidade da pizza na Itália -ele trouxe a mulher, os dois filhos e a receita de um prato que caiu no gosto do povo: o calzone.
Foto: Anderson Tozato/O Estado |
Nicolella, da Pizzicato, trouxe o forno a lenha da Itália. |
?Ele tinha que explicar que era uma pizza enrolada, tipo pastel assado. No início as pessoas pediam por curiosidade e uns meses depois virou moda?, lembra Gennaro Nicolella, que herdou do pai as receitas, o negócio e o temperamento brincalhão que conquista famílias há várias gerações.
Os curitibanos gostaram tanto do calzone quanto da novidade de ver a pizza ser assada em forno a lenha. O método virou uma espécie de símbolo de qualidade das pizzarias de Curitiba, mais até do que em São Paulo, onde a redonda chegou primeiro, na bagagem dos imigrantes que desembarcaram em Santos. Aqui, quase todas as boas casas tem um forno a lenha bem à vista do cliente.
Essa tradição é levada em conta pelos novos empresários e não é dispensada nem nos restaurantes mais sofisticados. No Avenida Paulista, por exemplo, é o forno que dá as boas-vindas ao cliente. Ele fica bem na entrada e traz aconchego ao ambiente moderno, que foge da linha cantina italiana. Eles servem pizzas, mas os sabores vão além dos tradicionais: tem de funghi, de embutidos importados e até pizza de rosas. Amanhã eles lançam mais um sabor – o 360 – de alcachofra, em homenagem ao Dia da Pizza.
Nicolella, que se assusta com tanta variedade, diz que isso é coisa de americano. E no Pizza Hut, a mais americana das pizzarias curitibanas, a moda é imitar o atendimento das cantinas tradicionais em um ambiente sofisticado, que em nada se parece com o fast-food de antigamente.
Foto: Fábio Alexandre/O Estado |
Já Condado, da Pizza Hut, |
O forno – elétrico – continua soltando pizza a cada sete minutos, mas as lojas mudaram.
A do Batel virou um restaurante moderno. A decoração – colorida e com luz indireta – foi pensada para agradar jovens e famílias. O cardápio ganhou novas opções, como vinhos e antepastos, e para quem gosta de um toque artesanal a massa pode ser finalizada a mão – fugindo da tradição da casa, que é massa grossa em fôrma alta.
?Também estamos buscando uma interação maior com os clientes, fazendo o nosso atendimento mais amistoso, parecido com o das cantinas onde o garçon sabe o nome do cliente e antecipa seus pedidos?, explica o gerente comercial da franquia, Marco Condado.
A estratégia vem sendo testada com sucesso desde maio nas três lojas de Curitiba e está prestes a ser ensinada para todos os franqueados da marca no Brasil num encontro que acontecerá em agosto. Aqui, eles vão aprender que o jeito italiano cativa o freguês, que já vê a pizza como uma comida mais elaborada, digna de um bom restaurante. Visão de estrategistas do comércio.
Para a maioria de nós, devoradores de pizzas, o que importa é que ela chegue bem quente à mesa.
E o motoqueiro é nosso cúmplice, sempre disposto a satisfazer o mais popular dos desejos: uma pizza entregue em casa. É o pedido ideal para noites frias ou dias de preguiça, como hoje. Domingo registra o maior número de pedidos nos deliverys de pizza de Curitiba.
Tem até entrega virtual
Os entregadores de pizza ganharam concorrentes virtuais. No game gratuito da Yahoo, Pizza Frenzy, ganha quem não deixa o cliente esperando.
O arquivo pode ser baixado direto do site www.dgzyahoo.atrativagames.com.br/game.aspx?game=71. Leva mais ou menos três minutos para começar a instalação e estar disponível para a primeira partida.
Requisitos básicos:
Para tentar entregar todas as pizzas virtuais dentro do prazo o computador precisa ter Windows 98/ME/2000/XP, processador 400MHz ou maior, 64MB RAM, directX 7.0 ou mais.
Parceria imbatílvel…
Pizza é sempre bem-vinda. Não tem hora, nem lugar. No verão vem em quadradinhos para servir de aperitivo com cerveja. Agora, no inverno, combina com vinho. E para não errar na escolha é preciso combinar a bebida com o recheio da pizza.
Na dúvida peça vinho tinto jovem.
A dica é de um especialista, o professor de enogastronomia do Centro Europeu, André Porto.
Falando de bebida que combina com pizza ele apelidou os tintos jovens de curingas. ?Eles vão se harmonizar com a maioria dos recheios e bolsos. Estou sugerindo um Tempranillo da Trapiche que custa R$ 15,00 ou um Pinot com Shirraz da Valduga que custa R$ 16,00 ou um Merlot da Concha y Toro que se encontra por R$ 16,00? .
Para fazer do dia da pizza um dia de refeição memorável, Porto dá outras dicas: deixar a bebida gelar um pouquinho para ser servida a 16 graus, abrir a garrafa meia hora antes do jantar ?para o vinho respirar , ficando mais aromático? e não esquecer das taças para o vinho e para a água.
Fôrma de ferro, dica crocante
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ensinam a preparar em casa a pizza igual a da pizzaria. O segredo está no uso de fôrmas de ferro fundido no lugar das de alumínio.
Nos testes realizados pelas alunas da Faculdade de Engenharia de Alimentos, Késia Quintaes e Niurka Haj-Isa, as fôrmas de ferro conseguiram melhorar o sabor da pizza congelada, que ficou crocante e muito parecida com as assadas em forno à lenha.
As pesquisadoras serviram pizzas congeladas assadas em formas de alumínio e ferro a 100 provadores não treinados.
Eles analisaram aparência, aroma e sabor. Sem saber, eles elegeram a fôrma de ferro porque a massa ficou mais crocante e quente por mais tempo.
Segundo Késia, a substituição de um utensílio pelo outro não traz qualquer desvantagem para a dona de casa. A fôrma de ferro, diz, é mais fácil de ser lavada em relação à de alumínio. Para evitar oxidação, basta que seja secada na chama do fogão.
Contribuição dos napolitanos
Primeiro foi o pão redondo. Antes de Cristo os romanos já assavam a massa assim, em forma de disco com alho e ervas. O tomate chegou no século XVI. Veio da América com fama de venenoso e por isso só ganhou popularidade 200 anos depois. Combiná-los foi idéia dos padeiros napolitanos que detêm a fama de ter inventado um dos pratos mais populares do mundo: a pizza.
A história das pizzas pode ser rastreada até as colônias gregas da Magna Graecia no sudeste da Itália. No terceiro século antes de Cristo, a primeira História de Roma, escrita por Marcus Porcius Cato, mencionava um alimento similar. Nas ruínas de Pompéia, datadas de 79 a.C., os arqueólogos escavaram estabelecimentos parecidos com as pizzarias modernas.
Mas nessa época , Cristóvão Colombo, que levou o tomate para a Europa, nem havia nascido, e o rebanho de búfalo indiano, cujo leite é usado para fazer a verdadeira muzzarela, ainda não havia sido importado. Tudo isso só foi se juntar em 1700, graças a genialidade de padeiros, em Nápoles, na Itália.
No final do século XVIII a pizza era uma das atrações da cidade. A que leva mussarela, tomate e manjericão foi servida em 1889 para a rainha Margherita, que acabou ?batizando? a iguaria.