O governo dos Estados Unidos defendeu hoje a forma como reagiu ao vazamento de petróleo no Golfo do México e enfatizou que a British Petroleum (BP) arcará com o custo total do desastre, apesar da existência de uma possível limitação legal ao montante a ser pago em indenização pela empresa. O secretário de Imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, assegurou que a BP pagará todos os custos do derramamento, que continua despejando cerca de 5 mil barris de petróleo por dia nas águas do Golfo e já provoca restrições à pescaria na região.
Questionado sobre o Fundo de Responsabilização por Vazamento de Petróleo, um item da lei ambiental norte-americana que estabelece teto de US$ 75 milhões a certos danos causados por empresas que exploram petróleo em alto-mar, Gibbs respondeu que daria uma olhada no texto da lei, mas afirmou que a BP arcaria com o prejuízo total. Na sexta-feira, Gibbs já havia afirmado que, “pela Lei de Poluição por Petróleo, a BP paga por tudo isso”.
Também nesta segunda-feira, senadores eleitos por Estados da costa afetada pelo vazamento propuseram em Washington um projeto de lei para elevar US$ 75 milhões para US$ 10 bilhões o teto da indenização a ser paga por empresas petrolíferas responsáveis por vazamentos de petróleo.
Mais cedo, a BP assumiu a responsabilidade pelo derramamento – iniciado depois de uma explosão numa plataforma em alto-mar ocorrida em 22 de abril, na qual 11 pessoas morreram – e se comprometeu a pagar “todos os custos necessários e apropriados de limpeza” pelo vazamento.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitou o Golfo do México ontem para ter uma visão mais próxima da situação e comentou que o episódio tem potencial para se transformar num desastre ambiental sem precedente.
O secretário de Imprensa comentou hoje que, na visita ao Golfo, Obama conversou com autoridades e moradores do Estado da Louisiana sobre os potenciais prejuízos econômicos e pediu a opinião deles sobre qual seria a melhor forma de compensação pelos prejuízos. Gibbs disse que Obama quer assegurar que os pescadores e outros trabalhadores afetados pelo derramamento de petróleo possam recorrer à justiça norte-americana em busca de compensação sem enfrentar entraves burocráticos. As informações são da Dow Jones.