Depois de uma década de avanços no combate à fome, a desnutrição voltou a aumentar no mundo, principalmente na América do Sul e na África, informou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Os dados divulgados nesta terça-feira, 11, pela ONU revelam que, em 2017, 821 milhões de pessoas eram consideradas como desnutridas. No Brasil, o combate contra a desnutrição se estagnou desde 2010.
Em um ano, o número saltou de 804 milhões para 821 milhões, subindo de 10,6% da população mundial para 10,9%. Isso representa uma em cada nove pessoas. Apesar da alta, a taxa de 2017 é ainda inferior à que se registrava no planeta em 2005, quando 14,5% da população era considerada como desnutrida.
Uma das regiões mais afetadas pela nova realidade é a América do Sul. De acordo com a FAO, 4,7% da população da região era considerada como desnutrida em 2014. Hoje, a taxa é de 5%.
No total, a população com fome passou de 19,3 milhões de sul-americanos para 21,4 milhões em 2017. A taxa, porém, é inferior aos 29 milhões de famintos em 2005 na região.
Se considerado o critério de insegurança alimentar severo, a América do Sul passou de uma taxa de 4,7% da população em 2015 para 8,7% em 2017. O salto foi de 19,4 milhões de pessoas para 36,7 milhões. Qualifica-se de insegurança alimentar severa uma pessoa que passa um dia todo sem se alimentar ou famílias que têm seus estoques esgotados.