A descoberta é de grande valor arqueológico, pois, segundo os peritos, se trata do “regio VI”, um dos bairros nos quais estava dividida a antiga cidade de Pompéia, destruída parcialmente pelo Vesúvio em 62 d.C. e arrasada por uma nova erupção em 79 d.C., quando estava em plena reconstrução.
O excepcional achado, que mostra como a cidade romana foi se formando, confirmou a tese de que Pompéia era um grande centro mesmo no período mais remoto, quando ainda estava sob influência dos etruscos. Os vestígios proporcionam elementos totalmente inéditos sobre a cidade no período até as guerras púnicas, trazendo novos conhecimentos sobre uma fase histórica muito importante mas até agora pouco documentada.
De acordo com a tese corrente entre o público e também historiadores, Pompéia seria um notável exemplo da cidade da Roma imperial, mas na realidade se trataria de um centro urbano helenístico-republicano, só remodelado durante o primeiro século do império.
A malha urbana, as muralhas e grande parte dos edifícios públicos são do período entre os séculos III a.C. e I a.C. A destruição da cidade na famosa erupção do Vesúvio, em 79 d.C., impediu que essa estrutura, essencialmente republicana, passasse pelas profundas transformações que as demais cidades da Itália antiga sofreram a partir do século II d.C.
Os arqueólogos iniciaram em 2001 um projeto sistemático de escavações, buscando os restos da Pompéia mais antiga, “a que o Vesúvio não pôde destruir”. Segundo os pesquisadores, os resultados obtidos até agora demonstraram que a estrutura urbana da cidade, que permaneceu praticamente inalterada até seu trágico fim, foi desenvolvida por volta de 300 a.C.