A pedra possui intrigante origem. |
Engenheiro Coelho, SP (Abrajor/Diário do Campus) – Por muitos anos, historiadores e arqueólogos questionaram a veracidade da Bíblia por não encontrarem evidências da existência de Nabucodonosor, personagem importante do livro de Daniel. Rodrigo Silva, curador-adjunto do Museu de Arqueologia Bíblica do Unasp, juntamente com outros arqueólogos bíblicos, contribuiu para que essas críticas fossem desbaratadas.
O achado de um tijolo iraquiano com inscrições na língua acádia foi suficiente para fortalecer a historicidade bíblica e derrubar as críticas. Usando gramáticas acadianas, Rodrigo traduziu a inscrição que dizia: “Nabucodonosor, rei de Babilônia. Provedor de Ezagil e Ezida; filho primogênito de Nabopolassar.” Posteriormente, a tradução foi confirmada por doutores em Teologia, como Ozéas Moura, que estudou acadiano na PUC-RJ, além de ser reconhecido por especialistas nas Universidades Andrews e de Budapeste.
“Tínhamos, portanto, um objeto legítimo dos dias do cativeiro babilônico que testemunhava a existência histórica de um rei descrito nas Escrituras”, afirma Rodrigo, entusiasmado pela descoberta.
História do achado
A pedra, agora exposta no Museu de Arqueologia do Unasp, possui intrigante origem. Enviado ao Iraque por uma firma de construção civil, um projetista brasileiro encantou-se por um dos vários tijolos antigos que se encontravam na região. Nesse tijolo havia letras estranhas que representariam inscrições. Com a permissão de um soldado iraquiano com quem havia feito amizade, o brasileiro trouxe o achado para o Brasil como lembrança da viagem.
Em 1988, o projetista doou o objeto para Paulo Barbosa Oliveira, pastor em Vitória, ES. Oliveira utilizava o tijolo em aulas de ensino religioso, principalmente sobre profecias. Até aquele momento Barbosa desconhecia o real valor do objeto.
Anos depois, Barbosa aposentou-se. Resolveu mudar-se para um residencial nas cercanias do Unasp, em Engenheiro Coelho, SP. Ao fazer amizade com Rodrigo, Barbosa mostrou-lhe o tijolo antigo em outubro desse ano, espertando-lhe a curiosidade.
“Ao vê-lo, percebi que a inscrição composta de três linhas era, na verdade, um cuneiforme neobabilônico usado pelos caldeus nos dias do profeta Daniel”, diz Rodrigo. Intrigado, logo levou o tijolo para casa, onde traduziu as inscrições.
Repercussão
“Jamais poderia supor que aqui mesmo no Brasil seria reencontrado um artefato que confirma a narrativa das Escrituras – um legítimo tijolo Babilônico, dos tempos de Daniel, que comprova a existência histórica do famoso rei Nabucodonosor”, confessa Rodrigo.
Rodrigo acha que essa descoberta revela muito sobre a limitação da sabedoria humana e sobre o propósito divino. “Por muitos anos, alguns eruditos desacreditaram a Bíblia pelo simples fato do nome Nabucodonosor não constar em nenhuma ruína conhecida. Isso os fazia orgulhosos de sua incredulidade e, também hoje, há muitos que seguem o mesmo caminho. Mas bastou um caco de tijolo para mostrar que eles estavam errados. Não seria essa uma curiosa maneira de Deus ironizar a sabedoria humana quando esta nega a Bíblia Sagrada?”, acredita.