Voo 447

Desaparecimento decorreu de um ‘fato súbito e devastador’

Um especialista em aeronáutica italiano, que pediu para não ser identificado, informou à ANSA que somente um fato “súbito e devastador” poderia explicar o desaparecimento do Airbus A330 da Air France, que decolou no último domingo do Rio de Janeiro com destino a Paris.

Segundo o especialista, residente na Turquia, é “impossível” que o avião tenha “caído no mar sem que os dois pilotos tivessem a possibilidade de intervir para resolver um problema qualquer”, devido à altura de navegação da aeronave.

“De 35 mil pés até o impacto com a água, considerando uma queda em velocidade a uma média de 5 mil pés (1,5 mil metros) por minuto, são necessários pelos menos sete minutos em queda livre para chegar na terra”, explicou o italiano, que é ex-controlador de voo.

Ele disse acreditar que “em sete minutos, os pilotos teriam todo o tempo para comunicar a própria posição para os controladores do tráfego aéreo”.

“Nesses casos, os pilotos sabem muito bem que notificar a posição é a primeira e mais importante decisão para dar a possibilidade de socorros e para se encontrar os restos do avião”, revelou.

A hipótese de uma falha no sistema de rádio da aeronave, que explicaria o fato de não ter sido enviada uma mensagem de socorro, foi descartada pelo especialista, que indicou que as tecnologias atuais permitem superar esse tipo de problema.

“Deve ter acontecido alguma coisa de súbito e devastador, que tenha deixado os dois pilotos sem possibilidade de atuar ao mesmo tempo”, ressaltou o ex-controlador de voo, que indicou que os eles podem ter desmaiado simultaneamente por causa da falta de oxigênio causada pela ruptura de uma janela na cabine de pilotagem, por exemplo. “As máscaras de oxigênio desceram automaticamente, mas os pilotos já tinham perdido a consciência”, argumentou.

O especialista lembrou que o avião poderia ter continuado a voar “com o piloto automático”, mas indicou que, provavelmente, esse recurso estava “desativado” porque a aeronave atravessava uma área de turbulência.

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