Apesar do grande investimento e da forte campanha, a derrota de Barack Obama, que perdeu por uma margem de 10 pontos percentuais para a ex-primeira-dama Hillary Clinton na terça-feira (22) na primária da Pensilvânia, mostra as dificuldades de Obama para ganhar em Estados em que a maioria dos eleitores formam a base tradicional do Partido Democrata. Obama é impressionantemente popular entre os negros, ricos e jovens. Porém, outros grupos sociais mostram resistência a ele.

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Até terça à noite, apurados 96% dos votos, Hillary tinha 55% e Obama, 45%. Hillary o superou entre os operários brancos por uma margem de 69% a 30% na Pensilvânia. O resultado é similar com o de Ohio, no mês passado. Ela também venceu entre os mais velhos, as mulheres e os brancos em geral – além de aumentar a vantagem entre os homens brancos não-católicos.

Na verdade, Obama teve um bom desempenho entre esses grupos em várias primárias, entre elas em Wisconsin e na Virgínia, considerados na eleição geral como swing states – termo usado para os Estados em que não há historicamente predominância forte de republicanos nem democratas.

A campanha de Obama aponta as várias vantagens de Hillary na Pensilvânia. Há no Estado uma grande população operária e de idosos, tradicionais eleitores da senadora por Nova York. Além disso, a família Clinton tem fortes laços com Scranton, cidade no nordeste da Pensilvânia – ela soube aproveitar bem essa ligação durante a campanha. O ex-presidente Bill Clinton, figura bastante popular na região, fez campanha ostensiva para a mulher. Ela teve ainda apoio de Ed Rendell, o popular governador do Estado.

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Os pré-candidatos se enfrentarão novamente em 6 de maio, com as primárias em Indiana e na Carolina do Norte. Caso nenhum dos dois obtenha vantagem decisiva até a convenção do partido, a decisão recai sobre os superdelegados – membros da sigla que podem votar independentemente dos resultados anteriores. O vencedor da disputa democrata enfrentará o candidato do Partido Republicano, John McCain.