Deputados do Irã alertam potências sobre tema nuclear

Os parlamentares do Irã advertiram hoje países como os Estados Unidos e outras potências mundiais para que não pressionem o país por causa de seu programa nuclear. A reação ocorre dias antes de um importante encontro internacional. Na quinta-feira, representantes dos membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) – EUA, Grã-Bretanha, França, China e Rússia -, além de um enviado da Alemanha, terão um encontro com o negociador iraniano em Genebra. Na pauta estará o programa nuclear do país persa.

Na semana passada, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que havia uma segunda planta para enriquecimento de urânio no Irã, informação confirmada pelo governo local. Além disso, Teerã já conduziu três séries de testes com mísseis em exercícios iniciados no domingo. As potências ocidentais pediram que o país abra a nova instalação nuclear para inspeção da AIEA e ameaçam com mais sanções. O Ministério de Relações Exteriores do Irã afirmou que os testes com mísseis não têm qualquer relação com a tensão provocada após a descoberta da nova planta.

O Parlamento do Irã reagiu às críticas internacionais. Segundo um comunicado dos parlamentares, os países que discutirão a questão nuclear não podem incorrer “nos erros do passado”. Caso isso ocorra, a Casa pretende “colocar outras decisões na agenda”, sem especificá-las. A advertência pode fazer referência a uma lei – aguardando aprovação do Parlamento – que pede ao governo que acelere suas atividades de enriquecimento de urânio.

Programa nuclear

O processamento de urânio é fundamental em qualquer programa nuclear, pois o mineral precisa ser enriquecido para se tornar combustível de um reator nuclear e produzir eletricidade. O material pode, porém, também ser usado para fabricar bombas. Teerã afirma que seu programa tem apenas fins pacíficos, o que países como EUA e Israel descartam.

O chefe da Organização Atômica Iraniana, Ali Akbar Salehi, disse ontem que a AIEA será informada em breve sobre quando poderá fazer inspeções na nova instalação. A planta ainda está em obras e deve demorar 18 meses para ficar pronta, segundo o Irã. A administração do presidente dos EUA, Barack Obama, pretende pressionar por novas sanções ao país, incluindo os setores energético, financeiro e de telecomunicação, caso o país não atenda às exigências internacionais, segundo funcionários dos EUA.

As fontes disseram que os norte-americanos podem impor suas próprias penalidades contra companhias iranianas e pressionar por mais sanções internacionais contra empresas estrangeiras, em sua maioria europeias, que fazem negócios com o país. Esses funcionários disseram não esperar grandes avanços na reunião de quinta-feira.

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