Deputados de oposição da Argentina criticam o governo e prometem agir diante da crise causada pelo impasse entre o governo de Cristina Kirchner e o presidente do Banco Central, Martín Redrado. A crise foi provocada pelo pedido da Casa Rosada para que o titular da autoridade monetária renuncie ao cargo, o que não foi aceito.
“Como o governo não quer admitir que estamos tecnicamente em déficit e, além disso, não pode pedir empréstimo em termos normais no mercado internacional, o que tenta é usar as reservas do Banco Central”, avalia o deputado Felipe Solá, ex- kirchnerista (seguidores do casal Néstor e Cristina Kirchner), também do Peronismo Federal.
“É preciso colocar um limite ao governo e o avisar que não pode demitir Redrado, que isso só pode ser feito por meio de uma comissão do Senado e da Câmara”, afirmou.
O deputado Pino Solanas (Projeto Sul) anunciou que vai entrar com uma ação judicial contra a presidente Cristina Kirchner, o ministro de Economia, Amado Boudou, e demais funcionários por terem exigido do BC a liberação desses recursos para pagar a dívida pública. “Isso é inadmissível”, disse Solanas. Essa ação soma-se às medidas cautelares impetradas pela Província de San Luis e pela União Cívica Radical (UCR) para que o governo se explique sobre o assunto.
O deputado milionário do Peronismo Federal, Francisco De Narváez, sustentou que o governo “está ficando sem dinheiro porque está gastando demais e quer meter a mão nas reservas”. De Narváez alertou que a Argentina vive “uma crise desnecessária, caprichosa e perigosa”.
Segundo ele, a disputa de Cristina (Kirchner, presidente do país) com Redrado “está fazendo mal ao país”, já que a notícia que está “circulando no mundo inteiro é que na Argentina não se respeita nada”.