As lideranças dos principais partidos da oposição da Argentina anunciaram que vão nesta terça-feira (17) ao plenário da Câmara de Deputados, onde ficarão em companhia de seus parlamentares, e não sairão até que o governo da presidente Cristina Kirchner envie seus deputados para debater a revogação dos impostos sobre exportações de produtos agrícolas. Os impostos são o pivô do conflito que há três meses confronta a presidente e os ruralistas.
A idéia dos partidos da oposição é fazer um ?piquete parlamentar? para forçar o governo a recuar na aplicação dos aumentos dos impostos sobre o setor agropecuário. A crise, que hoje completa 97 dias, está causando uma debandada de aliados. Integrantes do partido governista, o Justicialista (peronista), e de partidos alinhados com o governo estão se afastando dos Kirchners. Opositores e ex-aliados sustentam que a forma de governar de Cristina é ?prepotente? e ?autoritária?, além de estar levando o país à uma crise econômica.
O governador de Santa Fé, Hermes Binner, principal representante do Partido Socialista, que estava relativamente alinhado com o governo até o início do conflito, critica a presidente sem sutilezas. ?Essa forma de governar vai acabar.? O governador de Córdoba, o peronista Juan Schiaretti, convocou os prefeitos de seu partido a respaldar os agricultores em seus piquetes nas estradas. Ele integra um crescente setor do Peronismo que considera que é melhor se afastar do ?casal presidencial? para evitar uma eventual derrota nas eleições parlamentares de 2009.