Culpa no cartório

Depois de escândalo, padre nega que deixará a batina

O padre italiano que provocou um escândalo ao prender na porta da sua igreja um manifesto no qual convocava as mulheres a refletir sobre a possibilidade de que seu modo de se vestir provoque os criminosos, desmentiu hoje (27) que vá deixar o sacerdócio, em declarações a meios de comunicação do país.

Piero Corsi assegurou que a carta enviada à mídia italiana na qual pedia perdão pelas palavras e dizia que iria deixar o sacerdócio é falsa. O sacerdote teria pedido demissão de seu cargo, em nota que dizia que se sentia indigno e apresentava suas desculpas “mais sinceras não apenas a todas as mulheres ofendidas por meu texto, mas também a todos aqueles que se sentem ofendidos por minhas palavras”.

O porta-voz do bispo da Província de La Spezia, na qual fica a paróquia do clérigo, explicou que “não vai pendurar a batina, mas tirará alguns dias de férias do stress que sofreu”.

Corsi havia colocado na porta da igreja paroquial no dia de Natal um manifesto no qual podia-se ler: “Quantas vezes vemos meninas e senhoras maduras caminhar na rua com vestidos provocantes e apertados! Quantas traições se consumam nos lugares de trabalho, nas academias e nos cinemas! Poderiam ser evitados, já que desatam os piores instintos e depois se chega à violência ou ao abuso sexual!”

A nota dizia ainda que “uma imprensa fanática e desviada” coloca a culpa de tudo no homem.

O texto causou indignação na paróquia e em toda a Itália, onde estima-se que o número de assassinatos de mulheres por homens foi especialmente elevado em 2012.

Associações de mulheres pediram a intervenção tanto da Igreja Católica quanto das instituições políticas italianas.

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