O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções contra 13 autoridades e ex-autoridades venezuelanas nesta tarde. As penalidades foram impostas pouco dias antes de uma votação prevista para o próximo domingo, que irá eleger membros para a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para modificar a Constituição do país.

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“Como o presidente Donald Trump deixou claro, os EUA não irão ignorar os esforços em curso do regime de Maduro para minar a democracia, a liberdade e o Estado de direito”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. “Como nossas sanções demonstram, os EUA estão ao lado do povo venezuelano na busca de restaurar seu país para uma democracia plena e próspera. Qualquer pessoas eleita para a Assembleia Nacional Constituinte deve saber seu papel em minar os processos democráticos e as instituições na Venezuela e isso pode expô-las a possíveis sanções dos EUA.”

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As sanções desta quarta-feira se concentram em funcionários atuais e antigos de agências do governo venezuelano associadas à votação ou a ações contra manifestantes opositores em protestos no país. Como resultado, todos os ativos dos 13 indivíduos estão congelados.

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Quatro integrantes das agências governamentais venezuelanas, que estão em atividade na Assembleia Nacional Constituinte sofreram sanções: Tibisay Lucena Ramirez, que comanda o Conselho Nacional Eleitoral controlado por Maduro; Elias Jose Jaua Milano, chefe da Comissão Presidencial para a Assembleia Constituinte; Tarek Halab, presidente do Conselho Moral do país; e Maria Iris Varela Rangel, que integra a mesma comissão.

De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, os recentes protestos na Venezuela contra o governo Maduro deixaram cerca de 15 mil civis feridos, com mais de 3 mil detidos e 431 prisioneiros políticos. “As prisões arbitrárias são desenfreadas, assim como o abuso físico contra os detidos. Alegados casos de tortura e outras violações e abusos de direitos humanos são perpetrados pela Guarda Nacional Bolivariana”, afirmou a instituição.

Cinco funcionários e ex-funcionários das agências venezuelanas responsáveis pela repressão contra os opositores sofreram sanções: o ministro do Interior, Justiça e Paz, Néstor Reverol Torres; o diretor nacional da Polícia Nacional Bolivariana, Carlos Alfredo Ampueda; o comandante geral da Guarda Nacional Bolivariana, Sergio Jose Marcano; o comandante do Exército, Jesus Rafael Suárez Chourio; e o ex-diretor da Polícia Nacional Bolivariana, Franklin Horácio Garcia Duque.

O Departamento do Tesouro afirmou, ainda, que a corrupção do governo venezuelano “está associada fortemente com duas entidades governamentais: a PDVSA, da qual aproximadamente US$ 11 bilhões desapareceram entre 2004 e 2014; e o Centro Nacional de Comércio Exterior (Cencoex), que teria envolvimento com o mercado negro em torno do regime de câmbio oficial”.

Quatro funcionários dessas duas entidades também sofreram sanções: o presidente da Cencoex, Rocco Albisinni Serrano; o vice-ministro de Europa do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela e ex-presidente da Cencoex, Alejando Antonio Fleming Cabrera; o vice-presidente de finanças da PDVSA, Simon Alejandro Zerpa Delgado; e o ex-tesoureiro nacional e ex-vice-presidente de finanças da PDVSA, Carlos Erik Malpica Flores.