Denúncia contra Cristina é ‘canalhice’, diz ministro

O ministro da Justiça e Segurança da Argentina, Aníbal Fernández classificou nesta quinta-feira (13) de "canalhice" a denúncia de um subprocurador de Miami de que os cerca de US$ 800 mil apreendidos pela alfândega argentina em 4 de agosto com o empresário venezuelano-argentino Alejandro Antonini Wilson eram destinados à campanha eleitoral da presidente Cristina Fernández, que tomou posse na segunda-feira.

O ministro afirmou que a denúncia do subprocurador federal americano Thomas Mulvihill, apresentada ontem num tribunal contra quatro homens acusados de terem se identificado perante o governo dos EUA como agentes de inteligência de outro país, que haviam tentado encobrir a origem e o destino do dinheiro, "é tão despropositada que tem aparência de uma canalhice".

Mais tarde, o chefe da Casa Civil, Alberto Fernández, declarou à Rádio 10 que a denúncia é "uma ação da inteligência americana tentando conturbar a presença de (o presidente venezuelano Hugo) Chávez na Argentina. Ocorre como represália na mesma semana em que é criado em Buenos Aires o Banco do Sul, em que o governo faz um agradecimento à Venezuela pela ajuda (financeira) blindada e em que ele decide envolver-se no caso de Ingrid Betancourt", a ex-candidata presidencial colombiana seqüestrada pelas Farc.

"Os Estados Unidos parecem ter desprezo pela relação com a Argentina. Se interessa a eles conhecer a verdade, que extraditem Antonini Wilson", que permanece em liberdade em sua casa em Miami, disse o chefe de gabinete.

Ele informou que a presidente argentina "reagiu com assombro" à acusação do subprocurador dos EUA. "Nem vale a pena convocar o embaixador americano Earl Wayne. Ele pode dar-se por informado com essas palavras pelo rádio", acrescentou.

Aníbal Fernández foi o ministro do Interior do ex-presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina. O ministro exigiu que os Estados Unidos deixem a Argentina fora de sua disputa com Chávez. "Que não envolvam a Argentina nem enlameiem a presidente (Cristina Fernández) nisso, e se têm problemas com Chávez, que resolvam com ele", pediu.

Aníbal Fernandez afirmou que certamente o chanceler Jorge Taiana "está analisando os passos a seguir sobre a possibilidade de apresentar um protesto formal, já que a acusação veio do assistente Mulvihill, da procuradoria federal de Miami".

O caso da maleta explodiu em agosto, simultaneamente a uma visita de Chávez a Buenos Aires. Antonini Wilson estava com o dinheiro em um jatinho que o transportou como "caronista" entre Caracas e Buenos Aires. No jatinho, que havia sido fretado pela estatal energética argentina Enarsa, também viajavam homens de confiança do governo Kirchner. No entanto, o dinheiro foi descoberto e confiscado pela alfândega argentina.

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