Com a maioria na Câmara dos Deputados já considerada perdida, o Partido Democrata dos Estados Unidos espera preservar pelo menos a maior parte das cadeiras no Senado nas eleições legislativas de terça-feira. O pleito de meio de mandato presidencial é tradicionalmente considerado como um referendo do governo. Neste ano de recuperação lenta da economia e de desemprego elevado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenderá a sofrer uma derrota comparável à do também democrata Bill Clinton em 1994.
Atualmente controlado pelos democratas, o Senado é a instância Legislativa com poder de decisão sobre as políticas comercial, exterior e de defesa dos EUA. Nesta eleição, 37 de suas 100 cadeiras estão em jogo. Para tornar-se majoritário, o Partido Republicano precisa de mais dez vagas.
As pesquisas de intenção de voto indicam que a oposição conquistará seguramente quatro – em Wisconsin, Dakota do Norte, Indiana e Arkansas, o Estado do ex-presidente Bill Clinton. Mas, as sondagens indicam também que perderá em regiões onde o Partido Democrata é sólido, como os Estados da Califórnia, de Connecticut, de Delaware e de West Virginia.
Em outros cinco – Nevada, Pensilvânia, Colorado, Washington e Illinois, o berço político de Obama -, os candidatos republicanos estão em empate técnico com os democratas. Dentre essas disputas acirradas, a eleição em Nevada traz um componente significativo. O senador Harry Reid, que compete por sua quinta reeleição, é o atual líder da maioria na Casa e amigo do presidente Obama. Reid concorre com Sharron Angle, um dos expoentes do Tea Party, braço da ultradireita do Partido Republicano. Mesmo que ganhe em todos esses cinco Estados, os republicanos não terão conseguido a maioria.
No entanto, de acordo com o instituto independente Cook Political Report, os democratas deverão perder de 50 a 60 cadeiras na Câmara dos Deputados, o que lhes tirará a maioria e o controle sobre as votações da Casa. O resultado enviará a Obama a clara mensagem de que o eleitorado americano não está contente com medidas adotadas pelo seu governo.
Descontadas as máximas radicais do Tea Party, as preocupações recorrentes dos eleitores concentraram-se em temas como o déficit fiscal e a dívida pública do país e a ação do governo para estimular a geração de empregos e reaquecer a economia.