Democratas e republicanos devem se enfrentar nesta terça-feira em importantes disputas eleitorais em Estados e cidades dos EUA. O impacto das recentes disputas políticas sobre a lei do sistema de saúde do presidente Barack Obama e sobre o orçamento dos EUA, que resultaram na paralisação do governo por 16 dias em outubro, será testado nas urnas e poderá influenciar os resultados.
Um dos principais focos de atenção é a disputa pelo governo da Virgínia, onde o republicano conservador Ken Cuccinelli enfrenta o democrata Terry McAuliffe, ex-presidente do Comitê Democrata Nacional e um dos mais prolíficos captadores de recursos de campanha de Bill Clinton. As últimas pesquisas mostram o democrata com uma vantagem de cerca de seis pontos porcentuais sobre Cuccinelli, que tem tentado atrelar McAuliffe aos problemas registrados na implementação do chamado Obamacare. O democrata, por sua vez, aponta Cuccinelli como um republicano radical alinhado ao Tea Party, que reúne a ala mais conservadora do partido.
Devido a sua proximidade com a família Clinton, o sucesso de Terry McAuliffe na disputa regional deverá significar também o apoio no Estado pela possível candidatura de Hillary Clinton à presidência em 2016. A participação de fortes representantes democratas e republicanos também ressalta a importância da disputa. O presidente Barack Obama e a própria ex-secretária de Estado Hillary Clinton já mostraram apoio a McAuliffe, enquanto o senador Rand Paul e governador de Wisconsin, Scott Walker, deram suporte à campanha de Cuccinelli.
A disputa pelo governo estadual de Nova Jersey também é apontada como fator crucial para as perspectivas da disputa presidencial de 2016. O atual governador republicano, Chris Christie, tem uma ampla vantagem sobre a candidata democrata Barbara Buono, de acordo com pesquisas eleitorais. Segundo levantamentos recentes, Christie está mais de 20 pontos a frente de sua concorrente.
A resposta de Christie à super tempestade Sandy no ano passado e sua capacidade de trabalho entre os dois partidos estão no centro de sua campanha. Ele também foi contundente ao criticar os conservadores em Washington pelas consequências da recente paralisação do governo. A grande pergunta é saber o tamanho do apoio ao atual governador, principalmente, entre pessoas que costumavam a votar pelo Partido Democrata, como mulheres, negros e hispânicos. Esta margem poderá sinalizar o força de sua possível candidatura na eleição presidencial de 2016.
Já em Nova York, as últimas pesquisas apontam que o candidato do partido democrata, Bill de Blasio, com cerca de 65% das intenções de voto, deve vencer com folga o republicano Joseph Lhota e pôr fim aos 12 anos de administração do bilionário Michael Bloomberg no comando da cidade. Blasio tem o apoio de Barack Obama e de outros colegas de partido, como Bill Clinton. O jornal The New York Times também declarou na semana passada apoio explícito ao democrata.
Uma de suas principais promessas é reduzir a desigualdade social, com mais moradias para os cidadãos de Nova York. O tema da habitação tem ganho espaço nos últimos meses, sobretudo em um momento que a imprensa norte-americana vem criticando a gestão de Bloomberg por ser responsável por um aumento sem precedentes dos sem-teto na cidade, como mostrou a edição da revista New Yorker da semana passada, em matéria de 12 páginas sobre os desabrigados.
Os eleitores também dever escolher um novo prefeito em Detroit, que trabalhará ao lado de um gerente de emergência indicado pelo Estado. A cidade declarou falências neste ano e o futuro administrador terá de enfrentar as dívidas e o problemas locais. Depois que o atual prefeito Dave Bing se recusou concorrer à reeleição, o ex-executivo do setor de saúde Mike Duggan venceu primárias não partidárias e deve ser o escolhido, com grande vantagem nas pesquisas sobre o candidato Benny Napoleon. Segundo as regras eleitorais, os dois candidatos com maior apoio nas primárias devem se enfrentar na eleição geral.
Em Boston, os eleitores deverão eleger um novo prefeito pela primeira vez em 20 anos. O membro do Conselho Municipal John Connolly e o deputado estadual Martin Walsh são os principais candidatos para suceder o democrata Thomas Menino, que administrou a cidade desde 1993 e está se aposentando. De acordo com uma recente pesquisa do Suffolk University/Boston Herald é “muito provável” que Walsh tenha uma pequena vantagem sobre Connolly.
A eleição pela cidade de Minneapolis, por outro lado, está sendo marcada pelo grande número de candidatos. O prefeito em exercício, R.T. Rybak, não está buscando a reeleição e há 35 candidatos na disputa. “É como uma grande sopa” de prefeitos, disse Katherine Milton, uma eleitora de Minneapolis e consultora de artes, à Associated Press. Com informações da Dow Jones.