Ministros de Relações Exteriores de sete países integraram hoje a delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA) que viajou a Honduras para dialogar com o governo interino sobre a volta ao poder do presidente deposto, Manuel Zelaya. “Nós esperamos que, por meio do diálogo, encontremos uma solução para a crise”, disse a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, à imprensa de seu país. Este é o grupo mais importante a visitar Honduras desde que Zelaya foi preso e levado para fora do país em 28 de junho. Os chanceleres da Argentina, Canadá, Costa Rica, Jamaica, México, Panamá e República Dominicana chegaram hoje a Honduras, acompanhados do secretário-geral da OEA, Jose Miguel Insulza.
“A Constituição hondurenha não permite a imposição de um presidente legalmente deposto”, disse o ministro de Relações Exteriores de Honduras, Carlos Lopez, em carta publicada pelos jornais hondurenhos hoje. Ele também rejeitou a possibilidade de conceder a anistia a Zelaya. “Independentemente do quão poderosos possam ser os governos, eles não devem tentar impor sua vontade ao nosso país”, escreveu Lopez. A OEA está pressionando o governo interino a aceitar o plano proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, pelo qual Zelaya voltaria ao poder até que novas eleições sejam realizadas no final de novembro.
O governo, liderado pelo presidente interino Roberto Micheletti, tem recusado o plano, afirmando que ele atropelaria as regras da Suprema Corte e do Congresso. O interino Micheletti, que tem resistido a semanas de isolamento diplomático e à suspensão de ajuda internacional, afirma que o Congresso depôs Zelaya legitimamente porque ele ignorou ordens judiciais para que interrompesse seus esforços para mudar a Constituição hondurenha. Zelaya, cujo mandato termina em janeiro, nega ter feito esforços para alterar os limites de mandatos ou o impedimento à reeleição.